Entenda como pesadelos podem indicar declínio cognitivo

Em estudo, aqueles que relataram ter sonhos angustiantes semanais tiveram um risco quatro vezes maior de sofrer declínio cognitivo

Pesadelos em adultos de meia-idade e idosos podem indicar um risco maior de declínio cognitivo futuro e demência por todas as causas. Esta é a conclusão de um estudo apresentado no EAN 2024, o 10º Congresso da Academia Europeia de Neurologia.

A pesquisa do Imperial College London incluiu a análise 605 adultos de meia-idade e os acompanhou por mais de 13 anos, bem como 2.600 adultos mais velhos, que foram acompanhados por mais de sete anos.

Pesquisa encontra relação entre pesadelos e declínio cognitivo
Créditos: AndrewLozovyi/DepositPhotos
Pesquisa encontra relação entre pesadelos e declínio cognitivo

Sonhos ruins e chances de demência

Os pesquisadores descobriram que aqueles que relataram ter sonhos angustiantes semanais tiveram um risco quatro vezes maior de sofrer declínio cognitivo. O risco de demência mais que dobrou em adultos mais velhos.

De acordo com os autores, os pesadelos têm uma ligação muito forte com muitas condições cerebrais. E por isso, os médicos deveriam questionar seus pacientes sobre pesadelos com mais frequência.

Embora o estresse, a ansiedade ou a depressão possam causar sonhos angustiantes, outros fatores também têm uma participação. 

Segundo os autores do estudo, pesquisas recentes mostraram que algumas pessoas têm um conjunto de genes que as tornam propensas a pesadelos.

A relação entre pesadelos e condições cerebrais como a doença de Parkinson já foi estabelecida na literatura, mas também pode ajudar a prever doenças autoimunes como lúpus e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na infância.

Essas associações devem, portanto, ser examinadas de perto, defendem os pesquisadores.