Entenda o caso de paciente que apresentou urina roxa no hospital

A condição pode estar associada a muitos tipos diferentes de bactérias no trato urinário

15/03/2023 11:00

Médicos norte-americanos relataram o caso de uma mulher que apresentou urina roxa quatro dias após ser internada. A paciente de 76 anos sofria com insuficiência cardíaca, insuficiência renal e câncer de bexiga.

O caso foi reportado na revista Oxford Medical Case Reports.

A síndrome da bolsa de urina roxa geralmente é uma complicação de infecções do trato urinário
A síndrome da bolsa de urina roxa geralmente é uma complicação de infecções do trato urinário - reprodução/Oxford Medical Case Reports.

Uma investigação mais aprofundada revelou uma lesão renal aguda secundária à síndrome cardiorrenal. Então, os médicos utilizaram um cateter de Foley na paciente para aliviar a obstrução.

Além disso, a mulher apresentava constipação desde a admissão no hospital e, após 4 dias, notou-se mudança na cor da urina, que ficou arrroxeada, condição conhecida como síndrome da bolsa de urina roxa.

O teste de vareta revelou que sua urina era extremamente alcalina com um pH de 8,5, um sintoma de que seus rins não funcionavam corretamente.

Ela também tinha altas concentrações da bactéria Proteus mirabilis, uma causa comum de infecções complicadas do trato urinário.

A mulher, então, foi tratada com antibióticos e, após cinco dias do início do tratamento, recebeu alta com recomendação de acompanhamento ambulatorial com um nefrologista e um urologista.

Síndrome da bolsa de urina roxa

A síndrome da bolsa de urina roxa é uma apresentação clínica rara. É o resultado da presença de bactérias na urina, seja assintomática ou causando sintomas de infecção do trato urinário (ITU).

Essa infecção bacteriana contínua faz com que aconteça uma reação química no fígado, que passa a produzir substâncias com pigmento índigo e pigmento vermelho. Esses pigmentos são combinados e oxidados e ficam roxos na bolsa urinária.

A condição possui um diagnóstico visual simples e geralmente se resolve com acidificação da urina.

Contudo, a síndrome pode progredir para uma doença mais grave (ou seja, gangrena de Fournier). O tratamento médico requer a troca do cateter e a administração de terapia antimicrobiana apropriada para tratar a infecção bacteriana subjacente.

De acordo com os médicos que relataram o caso, pacientes idosos e acamados com múltiplas comorbidades requerem mais frequentemente cateteres de longa duração que aumentam o risco de infecções do trato urinário.

“Tais pacientes são mais propensos a serem infectados pelas bactérias mais raras que podem causar síndrome da bolsa de urina roxa”, escreveram eles.