Entenda o que é o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)
Mudanças de humor, impulsividade e instabilidade nas emoções são alguns dos sintomas mais relatados
Dados divulgados pela Associação Brasileira de Psiquiatria mostram que, anualmente, cerca de 2 milhões de pessoas são diagnosticadas com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) no Brasil.
Mas, afinal, o que é o transtorno?
Segundo o site Vida Saudável, do Hospital Albert Einstein, o TPB se caracteriza por quadros de mudanças frequentes de humor, impulsividade e instabilidade nas emoções e nos relacionamentos.
- Entenda quando a dor de cabeça é sinal de pressão alta
- Estudo aponta 2 novas causas para demência
- Doença cardíaca pode se manifestar pela manhã; saiba como
- Depressão nos homens: entenda por que os sintomas podem ser diferentes dos das mulheres
Segundo especialistas, a pessoa com esse diagnóstico geralmente apresenta hipersensibilidade em suas relações e um medo intenso de abandono.
Inúmeros estudos sobre o tema mostram que, indivíduos com borderline, têm um padrão de personalidade que se mostra diferente da maioria das pessoas. Vivem relacionamentos intensos e instáveis com características impulsivas, rompantes ou oscilações de humor muito bruscas e intensas. Com isso, surgem problemas de relacionamentos interpessoais e de autoimagem.
Características e os sintomas
Um dos sintomas mais significativos do TPB é o medo intenso de abandono, abrindo espaço para sentimentos de pânico ou raiva que podem ser desencadeados por situações cotidianas normais, como um atraso na resposta de um amigo a uma mensagem, por exemplo. Ao se sentirem rejeitadas, essas pessoas reagem de forma intensa e, por vezes, agressiva.
A recorrência de comportamentos, gestos e ameaças suicidas ou automutilantes é também parte dos sintomas apresentados por pessoas com TPB. Outra característica é a dinâmica dos seus relacionamentos, que tendem a ser instáveis e intensos, oscilando entre extremos de idealização e desvalorização. Em outras palavras, essas pessoas mudam rapidamente de opinião em relação aos outros.
Um traço marcante é a mudança brusca da percepção de si mesmo e da própria identidade, o que leva a mudanças frequentes de objetivos, valores, opiniões, carreira e até grupos de amigos. Com muita frequência, relatam sentir um “vazio crônico”. Apresentam humor instável, oscilando entre irritabilidade, ansiedade, tristeza e alegria, com alterações que podem durar poucas horas ou até mesmo alguns dias.
Causas e fatores
As causas ou fatores envolvidos no surgimento do Borderline são variados, desde predisposição genética a episódios estressantes na infância. São muito recorrentes no histórico desses pacientes situações traumáticas, como abusos físicos, verbais e sexuais, com negligência por parte de pais e/ou cuidadores.
Episódios como a separação ou a morte de um dos pais, especialmente durante os primeiros anos de vida, ou o nascimento de um irmão ou irmã, podem servir como gatilhos emocionais. Embora, à primeira vista, essas separações e mudanças possam parecer insignificantes, elas têm efeitos profundos em indivíduos que já possuem alguma predisposição genética para o transtorno.
E o tratamento
Apesar do estigma e do desconhecimento geral, os avanços nas pesquisas, terapias e medicamentos indicam grandes chances de sucesso, seja na remissão dos sintomas ou no seu gerenciamento.
Embora a psicoterapia seja o principal tratamento reconhecido para o paciente borderline, a maioria dos métodos traçados contempla o uso de medicamentos.
Apesar de ainda não existir um único remédio que trate todos os aspectos do TPB, a medicação é útil para amenizar os sintomas associados (como antidepressivos para depressão) e domar características autodestrutivas, como a impulsividade.
O prognóstico atualmente é mais positivo do que se pensava algumas décadas atrás, mas ainda não existe uma cura definitiva para todos os indivíduos com transtorno borderline.
Com informações do site Vida Saudável, do Hospital Albert Einstein.