Envelhecimento do cérebro varia de acordo com estilo de vida
Hábitos saudáveis ajudam a preservar a saúde cerebral ao longo da vida, de acordo com estudo
Um artigo de revisão publicado em 7 de novembro na Genomic Psychiatry, revista da Genomic Press New York, revela que o desempenho cognitivo na terceira idade pode estar associado a fatores tanto genéticos quanto ambientais ao longo da vida.
O estudo, com base nos dados das coortes de nascimentos Lothian, na Escócia, destaca que habilidades cognitivas na velhice, como memória e raciocínio, podem ser parcialmente previstas por resultados de testes realizados ainda na infância, por volta dos 11 anos.
Além disso, os pesquisadores apontam que fatores relacionados ao estilo de vida na fase adulta exercem um impacto significativo no envelhecimento cerebral, contribuindo para variações no ritmo de declínio cognitivo entre indivíduos.
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“Descobrimos que hábitos como manter-se fisicamente e mentalmente ativo, ter poucos fatores de risco vasculares (como pressão alta, colesterol, tabagismo e IMC elevado), falar uma segunda língua, tocar instrumentos musicais e preservar a saúde cerebral ao longo da vida mostram associações detectáveis, embora modestas”, explica Simon Cox, autor do estudo e diretor dos projetos do Lothian Birth Cohort na Universidade de Edimburgo.
Perda de memória pode ser prevenida
Valéria Lins, gerontóloga e cofundadora do centro de saúde Nandarê, especializado em longevidade, explica que é normal que a memória passe por mudanças ao longo da vida. “Isso acontece porque o cérebro, assim como músculos e outros órgãos, também envelhece. A velocidade com que processamos informações pode diminuir, e a capacidade de lembrar nomes ou acontecimentos pode se tornar mais lenta. Porém, essas alterações naturais diferem de condições mais graves, como a demência, que impactam de forma significativa a qualidade de vida. A boa notícia é que a perda grave de memória pode ser prevenida ou minimizada com ações que promovem a saúde do cérebro”, destaca a especialista.
Ela explica que o declínio cognitivo, de modo geral, está relacionado à redução da plasticidade neural – a capacidade do cérebro de criar novas conexões entre os neurônios. “Com o envelhecimento, essa habilidade diminui, mas não desaparece. É nesse contexto que os hábitos saudáveis e os estímulos cognitivos desempenham um papel essencial, ajudando a preservar e até melhorar a saúde do cérebro”, afirma.