Este hábito comum pode estar sabotando sua saúde mental sem que você perceba

Dormir mal, mesmo que por poucas horas, pode causar ansiedade, tristeza e até sintomas depressivos, revela análise de 154 estudos

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
14/06/2025 23:59 / Atualizado em 22/06/2025 21:32

Dormir mal é mais do que acordar cansado. A privação de sono tem efeitos diretos e profundos sobre o estado emocional, segundo uma nova análise publicada na revista Psychological Bulletin.

Participantes do estudo enfrentaram diferentes formas de privação de sono, revelando impactos diretos na saúde mental e emocional.
Participantes do estudo enfrentaram diferentes formas de privação de sono, revelando impactos diretos na saúde mental e emocional. - Andrii Lysenko/istock

O estudo reuniu dados de 154 pesquisas realizadas ao longo de cinco décadas, envolvendo mais de 5 mil voluntários submetidos a diferentes formas de restrição de sono.

Por que este hábito pode piorar consideravelmente o seu dia?

Os participantes passaram por situações como noites inteiras sem dormir, redução das horas habituais de sono e interrupções frequentes durante a noite.

Após essas experiências, relataram queda significativa nos sentimentos de alegria, bem-estar e satisfação, além de um aumento expressivo nos níveis de ansiedade.

E o mais preocupante: os efeitos negativos foram percebidos mesmo com perdas pequenas de sono, como dormir uma ou duas horas a menos que o normal.

Um gatilho para a ansiedade

Privação de sono e ansiedade formam uma combinação perigosa. A falta de descanso adequado pode desencadear a resposta fisiológica de “luta ou fuga”, liberando substâncias como adrenalina e cortisol.

Se essa condição se prolonga, surgem sintomas físicos claros: coração acelerado, pressão alta, respiração curta, tontura, sensação de sufocamento e, em casos graves, crises de pânico.

Quando a ansiedade se instala, o corpo todo sofre. Os riscos de desenvolver hipertensão e problemas cardíacos aumentam, afetando não só o humor, mas também a saúde geral.

Limitações e próximos passos

Apesar dos dados robustos, os pesquisadores apontam limitações. A maioria dos participantes tinha cerca de 23 anos e vivia nos Estados Unidos ou na Europa. Novos estudos com públicos mais diversos podem revelar variações culturais e etárias importantes nos efeitos emocionais da privação do sono.

Dormir bem é um dos pilares da saúde mental. Negligenciar o sono pode transformar pequenos incômodos em grandes problemas emocionais e físicos.

Ao mesmo tempo, adotar hábitos saudáveis de descanso pode melhorar o humor, reduzir a ansiedade e fortalecer o equilíbrio psicológico. No fim das contas, cuidar do sono é cuidar da vida.