Estudo alerta para fator de risco importante para AVC em jovens
Novo estudo reforça a necessidade de atenção médica para pacientes que sofrem com enxaqueca frequente, especialmente mulheres
Uma pesquisa publicada na revista Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes revelou um sinal de alerta para adultos jovens que enfrentam maior risco de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC): a enxaqueca. Segundo os cientistas, essa condição neurológica está significativamente associada à incidência de AVC em pessoas com menos de 45 anos.
Além da enxaqueca, outros fatores menos tradicionais também foram identificados como potenciais gatilhos para o AVC, incluindo distúrbios de coagulação sanguínea, insuficiência renal e doenças autoimunes.
Detalhes do estudo
A equipe de pesquisa analisou os dados de mais de 2.600 pessoas que sofreram AVC e comparou com informações de 7.800 indivíduos saudáveis. Os resultados mostraram que, entre os jovens com menos de 35 anos, os fatores de risco não tradicionais foram mais frequentes nos casos de AVC do que os fatores de risco tradicionais.
Os números são preocupantes:
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- 31% dos homens e 43% das mulheres que tiveram AVC apresentaram fatores de risco não tradicionais.
- 25% dos homens e 33% das mulheres tiveram AVC devido a fatores de risco tradicionais, como hipertensão e colesterol alto.

A enxaqueca foi o fator de risco mais comum entre os não tradicionais, representando 20% dos casos de AVC em homens e 35% em mulheres.
A autora principal do estudo, Dra. Michelle Leppert, destacou que já existiam estudos anteriores sobre a relação entre enxaqueca e AVC, mas essa foi a primeira vez que se estimou o impacto real do distúrbio na incidência da doença.
O que leva uma pessoa a ter enxaqueca?
A enxaqueca é uma condição neurológica caracterizada por dores de cabeça intensas e sintomas associados. Sua causa exata ainda não é completamente compreendida, mas sabe-se que é influenciada por fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais. Os principais gatilhos da enxaqueca incluem:
- Predisposição genética – Pessoas com histórico familiar de enxaqueca têm maior chance de desenvolver a condição.
- Estresse e ansiedade – A tensão emocional pode desencadear crises.
- Flutuações hormonais – Principalmente em mulheres, as mudanças nos níveis hormonais podem estar relacionadas ao aparecimento de crises.
- Hábitos de vida inadequados – Dieta desregulada, privação de sono e consumo excessivo de cafeína ou álcool são fatores que aumentam o risco.
Tipos de enxaqueca e seus sintomas
Nem toda enxaqueca é igual. Existem diferentes tipos da doença, cada um com características próprias.
1. Enxaqueca com aura
É caracterizada por sintomas neurológicos que antecedem a dor de cabeça. Esses sintomas podem incluir:
- Distúrbios visuais, como flashes de luz e manchas cegas.
- Formigamento ou dormência no rosto e nas mãos.
- Dificuldade na fala e tontura.
- Fraqueza muscular temporária.
2. Enxaqueca sem aura
É o tipo mais comum e ocorre sem sinais prévios. Os sintomas incluem:
- Dor latejante intensa, geralmente em um lado da cabeça.
- Sensibilidade à luz e ao som.
- Náuseas e vômitos.
- Piora com atividades físicas.
3. Enxaqueca crônica
Quando uma pessoa tem crises de enxaqueca por mais de 15 dias no mês, por pelo menos três meses seguidos, é classificada como enxaqueca crônica. Essa condição pode impactar significativamente a qualidade de vida do paciente.
Como prevenir?
Diante da relação entre enxaqueca e AVC, é fundamental adotar medidas preventivas para reduzir os riscos. Algumas estratégias incluem:
- Manter um estilo de vida saudável – Alimentação equilibrada, sono adequado e atividades físicas regulares ajudam a prevenir crises.
- Controlar o estresse – Técnicas como meditação e terapia podem reduzir a frequência das crises de enxaqueca.
- Evitar gatilhos – Identificar alimentos, bebidas ou situações que desencadeiam a enxaqueca pode ajudar no controle da condição.
- Consultar um médico – Pessoas com enxaqueca frequente devem buscar um neurologista para acompanhamento e, se necessário, tratamento com medicamentos específicos.