Estudo de Harvard liga carne vermelha a risco de diabetes
Quanto maior o consumo, maior será o risco, de acordo com pesquisadores
Se você gosta de carne vermelha, temos uma notícia que não vai te agradar. Um estudo liderado por cientistas de Harvard descobriu que comer mais de uma porção de carne por semana pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Ainda segundo a pesquisa, o perigo aumenta a cada porção semanal adicional.
A equipe descobriu, por outro lado, que é possível reduzir o risco substituindo a carne vermelha por fontes saudáveis de proteínas vegetais.
As descobertas foram publicadas no The American Journal of Clinical Nutrition.
- Anti-inflamatório pode causar complicações para pessoas com diabetes, revela estudo
- Estudo investiga relação entre personalidade e risco de demência
- 15 fatores de risco para desenvolvimento e demência precoce
- Estudo aponta hábito ao dormir que eleva o risco de pressão alta
A investigação baseia-se em trabalhos anteriores que encontraram uma ligação entre a carne vermelha e o risco de diabetes. Mas o atual estudo acrescentou uma maior dose de certeza graças à quantidade de dados avaliados e ao longo período de acompanhamento.
Estima-se que mais de meio milhão de pessoas em todo o mundo vivam com diabetes tipo 2. A condição é um importante fator de risco para doenças como câncer, doenças cardiovasculares, demência e doenças renais.
Detalhes do estudo
No estudo, os pesquisadores analisaram dados de saúde de 216.695 pessoas inscritas no Nurses’ Health Study e no Health Professionals Follow-up Study.
Os participantes passaram por entrevistas a cada dois ou quatro anos sobre sua dieta, por um período máximo de 36 anos. Durante este período, mais de 22.000 indivíduos desenvolveram diabetes tipo 2.
A equipe descobriu que o consumo de carne vermelha processada e não processada estava fortemente associado a um risco aumentado de diabetes tipo 2.
Além disso, os participantes que comeram mais carne vermelha tiveram um risco 62% maior de desenvolver diabetes em comparação com aqueles que comeram menos carne.
De acordo com os investigadores, cada porção diária adicional de carne vermelha processada foi associada a um risco 46% maior de desenvolver diabetes tipo 2, e cada porção diária extra de carne vermelha não processada um risco 24% maior.
A análise também descobriu que a substituição de uma porção diária de carne vermelha por nozes e legumes estava associada a uma redução de 30% no risco de diabetes tipo 2. Já a mudança para uma porção de produtos lácteos estava associada a um risco 22% menor.
A equipe acrescentou que – juntamente com os benefícios para a saúde – abandonar a carne vermelha também ajudaria a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e as alterações climáticas.