Estudo descobre gene que protege contra o Alzheimer
A análise de dados médicos e genéticos de centenas de milhares de pessoas descobriu que ter um gene chamado DR4 reduzia as chances da doença
Uma em cada cinco pessoas é portadora de um gene que parece proteger contra a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson, de acordo com um estudo nos Estados Unidos.
A análise de dados médicos e genéticos de centenas de milhares de pessoas descobriu que ter esta variante genética, chamada DR4, reduziu as probabilidades de as pessoas desenvolverem qualquer uma das condições em mais de 10%, em média.
Especialistas dizem que a descoberta pode um dia levar a uma vacina que poderá retardar ou interromper a progressão destas duas condições.
- Estudo aponta para fator que aumenta em 31% o risco de demência
- Parente com demência? Estes são os principais sinais aos quais se atentar
- A fruta que pode proteger contra a infecção urinária naturalmente
- Os benefícios de trocar o elevador pela escada
A equipe internacional, liderada pela Universidade de Stanford, na Califórnia, combinou bancos de dados de vários países para comparar a incidência e a idade de início da doença de Alzheimer e de Parkinson entre pessoas com a variante genética.
Eles descobriram que as pessoas com o gene tinham menos probabilidade de desenvolver a doença, e aquelas que o fizeram foram diagnosticadas mais tarde em comparação com aquelas que não o tinham.
Em um estudo anterior, os pesquisadores já tinham descoberto que carregar o gene DR4 parecia proteger contra a doença de Parkinson. Por isso resolveram fazer um novo estudo para checar se o impacto seria semelhante em casos de Alzheimer.
Os investigadores também analisaram dados de cérebros autopsiados de mais de 7.000 pacientes com Alzheimer e descobriram que os portadores de DR4 tinham menos emaranhados de uma proteína chamada tau.
Eles disseram que suas descobertas sugerem que a tau, um agente essencial na doença de Alzheimer, também pode desempenhar algum tipo de papel na doença de Parkinson.
A equipe explicou que uma vacina que faça o DR4 “trabalhar mais” poderia um dia ser desenvolvida para retardar ou evitar a progressão da doença de Alzheimer e possivelmente da doença de Parkinson. No entanto, isso beneficiaria apenas uma em cada cinco pessoas portadoras da variante genética e que mais estudos devem ser feitos para comprovar eficácia e a viabilidade.