Estudo descobre novo sintoma de alerta para demência

Pesquisadores esperam que a descoberta possa ajudar os profissionais de saúde a identificar o risco da doença no futuro

03/05/2023 18:40

Pesquisas sobre demência continuam a descobrir maneiras que podem detectar a condição mais cedo. Um novo estudo, publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, contribui para esse esforço ao identificar um novo sintoma de alerta que pode ser confundido com o envelhecimento.

A perda de massa muscular, que é aceita como parte do envelhecimento, pode sugerir risco de demência, segundo os pesquisadores da Edith Cowan University, na Austrália.

Descoberto novo sintoma que pode sinalizar demência
Descoberto novo sintoma que pode sinalizar demência - FG Trade/istock

Para investigar a relação entre a função muscular e a demência, a equipe de pesquisa analisou mais de 1.000 mulheres com idade média de 75 anos.

Os pesquisadores mediram a força de preensão das mulheres e o tempo que elas levaram para se levantar de uma cadeira, caminhar três metros, virar e sentar, conhecido como teste timed-up-and-go (TUG).

A equipe repetiu esses testes também após cinco anos para monitorar a perda de desempenho.

Nos 15 anos seguintes, quase 17% dos participantes tiveram um evento de demência, categorizado como hospitalização ou morte relacionada à demência.

Os resultados revelaram que menor força de preensão e movimentos mais lentos foram fatores de risco significativos para demência.

As mulheres com a força de preensão mais fraca tinham duas vezes mais chances de ter um evento de demência no final da vida.

Além disso, aquelas que foram os mais lentas no teste TUG tiveram duas vezes mais chances de experimentar a condição.

Marcador da saúde do cérebro

A força de preensão, que pode ser facilmente medida usando um dispositivo portátil conhecido como dinamômetro, pode ser um marcador da saúde do cérebro devido à natureza sobreposta do declínio cognitivo e motor.

Os pesquisadores esperam que as descobertas do estudo possam ajudar os profissionais de saúde a identificar o risco de demência em pacientes mais cedo.

Os testes de força de preensão e TUG não são comuns na prática clínica, mas ambos são ferramentas de triagem simples e baratas.