Estudo inédito de Bristol revela qual seria a fórmula da felicidade
Curso da felicidade da Universidade de Bristol indica hábitos que podem servir como uma fórmula para ser mais feliz; entenda
Desde os tempos do filósofo Aristóteles, muitos se perguntam se existe uma “fórmula da felicidade“. Com as atuais teorias envolvendo um sentido geral de propósito, a felicidade ainda se mantém um ideal difuso. Então, pesquisadores, que já estão promovendo cursos sobre a “ciência da felicidade”, se perguntam: “é possível aprender a ser feliz e se manter assim?”
Um estudo inédito da Universidade de Bristol, no Reino Unido, indica uma resposta positiva para essa pergunta.
Como aprender a ser feliz?
No estudo realizado, 905 estudantes de cursos oferecidos pela universidade foram observados. Destes, 228 aceitaram participar de um acompanhamento a longo prazo.
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Até o presente momento, as análises científicas haviam se concentrado apenas nos benefícios imediatos após a realização das aulas, sem foco nos impactos de longo prazo do aprendizado.
Os cursos em questão incentivam a formação de hábitos voltados para o desenvolvimento do bem-estar e a perpetuação da felicidade. Além disso, as atividades sugeridas incluem uma gama ampla de possibilidades.
Alcançando a satisfação
A pesquisa, publicada na revista Higher Education, registrou um aumento na sensação geral de satisfação entre 10% a 15% entre os participantes.
Dois anos depois, a felicidade se manteve apenas naqueles que aderiram às estratégias sugeridas. “É como ir à academia – não podemos esperar fazer uma aula e estar em forma para sempre. Tal como acontece com a saúde física, temos que trabalhar continuamente na nossa saúde mental, caso contrário as melhorias serão temporárias”, compara Bruce Hood, o autor do estudo, em artigo no site da universidade.
Para Hood, as atividades propostas têm um fundamento científico: “Inúmeros estudos demonstraram que sair da nossa cabeça ajuda a afastar-nos de ruminações negativas que podem ser a base de tantos problemas de saúde mental.”
Afinal, qual é essa fórmula da felicidade?
O estudo apontou que 51% dos estudantes mantiveram atividades como:
- escrever cartas de gratidão para outras pessoas;
- prática diária de meditação;
- prática de exercícios físicos;
- prática da gentileza;
- hábito de manter diários.
Eles foram o grupo que mais se beneficiou do bem-estar mental em longo prazo. “Este estudo mostra que o curso (…) é apenas o começo: você deve se comprometer a usar o que aprende regularmente”, afirmou o pesquisador.
Nem todos os passos para a felicidade são iguais e cada pessoa terá um caminho que lhe seja mais adequado. No entanto, desenvolver um comportamento de gratidão, exercício físico regular, práticas de meditação e, por fim, de gentileza, se mostram ações de eficácia comprovada na busca da felicidade.
Sobre o curso de felicidade
Lançado em 2018, o curso “Ciência da Felicidade”, da Universidade de Bristol, é um dos pioneiros no mundo. A proposta é ensinar aos alunos o que os mais recentes estudos revisados por pares em psicologia e neurociência dizem que realmente nos deixa felizes.
“Muito do que ensinamos gira em torno de intervenções de psicologia positiva que desviam sua atenção de si mesmo, ajudando os outros, estando com amigos, agradecendo ou meditando“, pontuou Hood por fim.
O professor Hood publicou um livro sobre o curso, lançado em 10 de março e intitulado “A Ciência da Felicidade: Sete Lições para Viver Bem”. A obra, então, revela um roteiro baseado em evidências para um melhor bem-estar.
As conclusões surpreendentes do curso incluem:
- Conversar com estranhos nos deixa mais felizes, apesar de a maioria de nós evitar tais encontros.
- A mídia social não é ruim para todos, mas pode ser ruim para aqueles que se concentram na sua reputação.
- A solidão afeta a saúde, prejudicando, então, o sistema imunológico.
- O otimismo aumenta a expectativa de vida.
- Dar presentes a outras pessoas ativa os centros de recompensa em nosso cérebro – muitas vezes proporcionando mais felicidade do que gastar dinheiro consigo mesmo.
- A privação do sono afeta o quanto somos apreciados pelos outros.
- Caminhar na natureza desativa parte do cérebro relacionada às ruminações negativas, que estão associadas à depressão.
- Portanto, bondade e felicidade estão correlacionadas.