Estudo revela qual a melhor dieta para tratar esquizofrenia

Um estudo da Universidade de Stanford sugere que esta dieta pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde de pacientes com esquizofrenia

A dieta cetogênica é uma promissora aliada na melhoria psiquiátrica de pacientes com esquizofrenia e transtorno bipolar. As informações são um estudo realizado pela Universidade de Stanford nos Estados Unidos.

Mas, por enquanto os antipsicóticos, medicamentos caracterizados pela ação psicotrópica, se mantêm como o tratamento padrão e seus efeitos colaterais metabólicos preocupam.

Estudo revela qual a melhor dieta para tratar esquizofrenia
Créditos: iSTock
Estudo revela qual a melhor dieta para tratar esquizofrenia

Qual a melhor dieta para tratar esquizofrenia? Conheça dieta cetogênica

A dieta cetogênica, ou “keto”, é um plano alimentar de baixo teor de carboidratos e alto teor de gorduras saudáveis.

Portanto, ela é projetada para fazer o corpo entrar em um estado metabólico chamado cetose, no qual o corpo queima gordura como principal fonte de energia.

O que inclui na dieta cetogênica?

  • Carnes;
  • Peixes;
  • Ovos;
  • Queijos;
  • Nozes;
  • Sementes
  • Óleos saudáveis.

A dieta cetogênica tem sido usada principalmente para perda de peso, controle da glicose no sangue em pacientes com diabetes tipo 2 e como terapia complementar para certas condições neurológicas, como epilepsia.

Representação de uma dieta cetogênica
Créditos: iSTock

Qual o potencial da dieta?

Shebani Sethi, professor associado de psiquiatria e ciências comportamentais na universidade e líder do estudo, destaca o potencial da dieta.

“Já conhecida por seus benefícios em casos de epilepsia resistente a medicamentos, exploramos o impacto dessa intervenção dietética em condições psiquiátricas”, relata Sethi.

O que diz o estudo sobre a dieta?

A equipe de Sethi conduziu um estudo com 21 adultos diagnosticados com esquizofrenia ou transtorno bipolar, sob medicação antipsicótica e com anormalidades metabólicas, durante quatro meses de dieta cetogênica.
 
Sem a necessidade de contar calorias, o plano nutricional baseava-se em uma ingestão aproximada de 10% de carboidratos, 30% de proteínas e 60% de gorduras.

Ao final do estudo, os resultados foram notáveis. Com isso, os participantes experimentaram uma perda média de 10% do peso corporal, juntamente com melhorias marcantes em diversos indicadores de saúde.

Entre as melhorias observadas estavam a redução da circunferência da cintura, pressão arterial, índice de massa corporal, triglicerídeos, níveis de açúcar no sangue e resistência à insulina.

Quais são os benefícios da dieta cetogênica?

  • Redução da circunferência da cintura
  • Melhora nos níveis de pressão arterial
  • Diminuição dos triglicerídeos e do açúcar no sangue

A dieta cetogênica se caracteriza por uma drástica redução na ingestão de carboidratos, mas também prioriza proteínas e gorduras.

Esse modelo alimentar propõe o uso da gordura como principal fonte de energia do corpo, o que não só acelera o processo de emagrecimento, mas também promove benefícios neurológicos. 

Como a dieta ajudou os pacientes?

Os aspectos mais impressionantes do estudo podem ser observados na esfera psiquiátrica dos pacientes.

A adesão à dieta cetogênica não apenas alavancou a saúde metabólica, mas também eliminou casos de síndrome metabólica entre os participantes, e também promoveu uma melhoria visível nas condições psiquiátricas.

Existem efeitos colaterais da dieta cetogênica?

A dieta cetogênica, conhecida por seu alto teor de gorduras, baixo consumo de carboidratos e moderada ingestão de proteínas, tem sido associada a vários efeitos colaterais durante sua implementação.

Contudo, durante a fase inicial, muitas pessoas podem experimentar sintomas conhecidos como gripe cetogênica, que incluem fadiga, dores de cabeça, náuseas, irritabilidade e dificuldade de concentração.

Além disso, alguns relatam constipação devido à falta de fibras, bem como mau hálito, causado pela produção aumentada de corpos cetônicos.

Outras preocupações incluem desequilíbrios eletrolíticos, como perda de potássio, magnésio e sódio, que podem levar a sintomas como cãibras musculares e fadiga.