O que é a esquizofrenia e quais suas características?

Esquizofrenia afeta pelo menos uma em cada 100 pessoas no mundo; entenda os impactos da doença

Por: Redação

A esquizofrenia atinge aproximadamente 1,6 milhões de pessoas no Brasil e 1% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora não se conheça ao certo as causas da doença, por conta de seus sintomas e características muito evidentes, ela pode ser caracterizada por uma série de alterações comportamentais.

Descrita pela literatura médica como uma doença mental crônica, a esquizofrenia afeta pelo menos uma em cada 100 pessoas e tem maior prevalência em homens na fase final da adolescência e no início da fase adulta. Enquanto nas mulheres, os primeiros sinais são percebidos entre os 25 e 30 anos.

Além disso, também é possível o aparecimento da doença em crianças e adultos com mais de 50 anos.

Entenda quais são os sintomas da esquizofrenia e quais tipos de tratamentos indicados para o enfrentamento da doença – iStock/Getty Images
Créditos: Unsplash
Entenda quais são os sintomas da esquizofrenia e quais tipos de tratamentos indicados para o enfrentamento da doença – iStock/Getty Images

Mas afinal, o que é esquizofrenia?

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico crônico e grave que afeta o modo como uma pessoa pensa, sente e se comporta.

É caracterizada por uma combinação de sintomas psicóticos, incluindo delírios (crenças falsas), alucinações (percepções falsas, como ouvir vozes), pensamento desorganizado, discurso incoerente, falta de motivação e diminuição da expressão emocional.

Entre os sintomas mais observados pelos especialistas estão os frequentes casos de delírios e de alucinações.

Nestes casos, é comum a pessoa achar que está sendo perseguida, observada ou que outras pessoas estejam planejando algo de ruim para ela.

Ela também pode apresentar algumas características recorrentes: vive suspeitando de algo e possui a percepção afetada, principalmente no campo da audição.

Outros sintomas de esquizofrenia

  • Psicose
  • Alucinações
  • Alterações de comportamento
  • Distúrbios cognitivos (pensamento, raciocínio abstrato)
  • Depressão e apatia
  • Delírios (sensação de que estão sendo perseguidos ou vigiados)
  • Pensamento e discurso desorganizados
  • Habilidade motora anormal
  • Irritabilidade
  • Dificuldade de socialização
  • Problemas para dormir
  • Desmotivação
  • Fala monótona
  • Apatia emocional
  • Isolamento social
  • Não alterar expressões faciais
  • Negligência com a higiene pessoal

Existem sete tipos de esquizofrenia reconhecidos pela classificação do DSM-5, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Estes incluem:

Quais são os 7 tipos de esquizofrenia?

  • Esquizofrenia Paranoide
  • Esquizofrenia Desorganizada
  • Esquizofrenia Catatônica
  • Esquizofrenia Indiferenciada
  • Esquizofrenia Residual
  • Esquizofrenia com Sintomas de Resposta Limitada a Antipsicóticos
  • Esquizofrenia Simples

O que leva uma pessoa a ter esquizofrenia?

A doença não possui uma causa única identificada. Acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e psicossociais contribua para o desenvolvimento da doença.

O uso excessivo de substâncias psicoativas, como cannabis, também pode aumentar o risco de desenvolver esquizofrenia em certos indivíduos predispostos.

Como age uma pessoa que tem esquizofrenia?

Uma pessoa com esse diagnóstico pode apresentar uma série de sintomas que afetam sua percepção, pensamento, comportamento e emoções.

Esses sintomas podem variar em intensidade e incluir delírios, alucinações, desorganização do pensamento, emoções embotadas, retraimento social, entre outros.

A doença pode comprometer gravemente o funcionamento diário e a qualidade de vida do indivíduo.

A pessoa com esquizofrenia acredita estar sendo perseguida
Créditos: CasarsaGuru/istock
A pessoa com esquizofrenia acredita estar sendo perseguida

Qual exame é feito para saber se a pessoa tem esquizofrenia?

O diagnóstico geralmente é clínico e baseado na avaliação dos sintomas por um profissional de saúde mental qualificado.

Não existe um exame laboratorial específico para diagnosticar a esquizofrenia. No entanto, exames médicos e neurológicos podem ser realizados para descartar outras condições médicas que possam causar sintomas semelhantes.

O que pode ser confundido com esquizofrenia?

Alguns transtornos psiquiátricos e condições médicas podem apresentar sintomas semelhantes aos da esquizofrenia, o que pode levar a diagnósticos errôneos ou confusão.

Entre esses transtornos estão o transtorno bipolar, o transtorno de personalidade esquizotípica, o transtorno de estresse pós-traumático, entre outros. Também pode-se confundir condições médicas como distúrbios metabólicos, tumores cerebrais e epilepsia com esquizofrenia em alguns casos.

O que acontece no cérebro de quem tem esquizofrenia?

Alterações neurobiológicas complexas afetam várias regiões do cérebro, incluindo áreas responsáveis pelo processamento sensorial, cognição, emoção e controle motor.

Disfunções nos neurotransmissores, como dopamina e glutamato, e alterações estruturais, como redução do volume cerebral e anormalidades na conectividade neural, são comuns em pessoas com a doença.

Quais são os tratamentos para esquizofrenia?

O psiquiatra é o médico responsável pelo diagnóstico e também pelo tratamento que é principalmente medicamentoso. Além disso, uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, assistente social e enfermeiro auxilia no manejo e nas abordagens psicossociais e psicoterápicas da doença.

Mesmo após o desaparecimento dos sintomas, a doença requer tratamento durante toda a vida. 

Confira alguns tipos:

Medicamentos antipsicóticos: são os remédios mais comumente prescritos para o tratamento da esquizofrenia. Eles ajudam a controlar os sintomas, agindo diretamente sobre a desregulação dos neurotransmissores.

A escolha do medicamento dependerá também da vontade do paciente em cooperar com o tratamento. Alguém que seja resistente a tomar a medicação, por exemplo, pode precisar de injeções, em vez de tomar um comprimido.

Psicoterapia: pode ajudar o paciente a entender os fatores do dia a dia que desencadeiam a doença, reduzir seus sintomas e trabalhar os eventos que o levaram a desenvolver este problema.

Hospitalização: durante períodos de crise ou períodos de sintomas graves, a hospitalização pode ser necessária para garantir a segurança, alimentação adequada, sono adequado e higiene básica.

Terapia eletroconvulsiva: para adultos que não respondem à terapia medicamentosa, a terapia eletroconvulsiva pode ser considerada. A ECT pode ser útil para alguém que também tenha depressão.