Estudos sugerem que vitamina D durante a gravidez pode reduzir risco de autismo

Pesquisadores australianos descobriram uma ligação entre a deficiência de vitamina D na gravidez e traços de autismo no filho

Por Silvia Melo em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
21/11/2024 13:33 / Atualizado em 27/11/2024 14:47

Dois estudos — um com humanos e outro com ratos de laboratório — sugerem que a suplementação de vitamina D durante a gravidez pode ajudar a reduzir as chances do bebê nascer com autismo.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de neurodesenvolvimento que afeta a maneira como uma pessoa percebe e interage com o mundo. Mas gravidade e os sintomas variam amplamente entre os indivíduos.

Detalhes dos estudos

O estudo feito com humano — conduzido em conjunto pelo Instituto do Cérebro da Universidade de Queensland, na Austrália, e pelo Centro Médico Erasmus, na Holanda — comparou mães com filhos autistas àquelas com filhos neurotípicos.

Ao todo, foram examinandas aproximadamente 4.200 amostras de sangue de mulheres grávidas e seus filhos, que foram monitorados de perto como parte do estudo de longo prazo.

Estudos revelam que níveis mais baixos de vitamina D na gestação estão associados a um risco maior de traços de autismo nos filhos
Estudos revelam que níveis mais baixos de vitamina D na gestação estão associados a um risco maior de traços de autismo nos filhos - MStudioImages/istock

As mães de crianças autistas apresentaram uma deficiência significativa de vitamina D, sugerindo que as duas condições estavam de alguma forma correlacionadas.

No experimento de acompanhamento feito em camundongos, os pesquisadores testaram o efeito de injeções de vitamina D em ratas prenhes para determinar se seus descendentes tinham menos probabilidade de desenvolver traços autistas.

Eles descobriram que fêmeas grávidas tratadas com vitamina D ativa no equivalente ao primeiro trimestre da gravidez humana produziram descendentes que não desenvolveram esses déficits compatíveis ao TEA. 

Apesar dessa descoberta, os pesquisadores alertam que é preciso determinar quanto colecalciferol – a forma de suplemento que é segura para mulheres grávidas – é necessário para atingir os mesmos níveis de vitamina D hormonal ativa na corrente sanguínea.

Essas informações permitirão investigar melhor a dose e o momento ideais de suplementação de vitamina D para mulheres grávidas com o fim de reduzir as chances de o bebê ter autismo.