EUA aprovam primeiro remédio para Alzheimer em 18 anos
Segundo farmacêutica, droga é capaz de tratar a doença de Alzheimer em estágio inicial
A agência de saúde americana (FDA), órgão equivalente à Anvisa, aprovou nesta segunda-feira, 7, o uso do medicamento experimental Aduhelm (aducanumab) para as fases iniciais de Alzheimer. Essa é a primeira terapia nova aprovada para a doença em quase 20 anos. A última vez que isso aconteceu foi em 2003.
A decisão, contudo, gerou polêmica e dividiu opiniões porque, no ano passado, um comitê consultivo concluiu que não havia evidências suficientes para apoiar a eficácia do tratamento.
Por outro lado, os ensaios clínicos apontaram que o remédio é capaz de reduzir a presença da proteína chamada beta-amiloide no cérebro, característica do Alzheimer. Segundo a FDA, isso deve levar a uma redução no declínio clínico causado pela doença.
A agência de saúde americana, no entanto, está orientando a Biogen, a empresa de biotecnologia americana que desenvolveu o tratamento, a conduzir um estudo pós-aprovação para comprovar se a droga funciona mesmo,.
Essa solução é parte de um programa denominado aprovação acelerada, que valida antecipadamente medicamentos que tratam doenças graves e satisfazem uma necessidade médica ainda não atendida.
Os críticos à aprovação teme que a decisão do FDA possa criar um precedente para reduzir seus padrões, abrindo um caminho para medicamentos caros e potencialmente ineficazes por não exigir evidências realmente convincentes para aprovação.
Em meio a essa discussão, grupos de neurologistas e de pacientes comemoram, já que a droga representa uma esperança contra a doença letal.
O Aduhelm é administrado por meio de infusão intravenosa para tratar casos precoce, quando o comprometimento cognitivo é leve.
Alzheimer
A doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometendo habilidades de pensamento e a capacidade de realizar as tarefas simples do dia a dia.
O primeiro sintoma, e o mais característico, do Mal de Alzheimer é a perda de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.
Embora não haja cura, o paciente precisa ser acompanhado. No Brasil, centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com Alzheimer, além de medicamentos que ajudam a retardar a evolução dos sintomas.