Existem níveis de autismo? Entenda quais as diferenças e necessidades de cada um
O autismo inclui a ampla gama de sintomas e níveis de gravidade que podem ser observados, variando de leves a graves
O autismo é um espectro, e cada pessoa com o transtorno tem suas particularidades, portanto, é única. O grau de suporte necessário para cada indivíduo com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode variar amplamente, por isso, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) classifica o autismo em três níveis, de acordo com a necessidade de apoio no dia a dia.
O que é o autismo?
O autismo conforme definido pelo DSM 5, é um transtorno do neurodesenvolvimento associado a sintomas que incluem “déficits persistentes na comunicação social e interação social em múltiplos contextos” e “padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades”. O DSM 5 dá exemplos dessas duas categorias amplas:
- Déficits na reciprocidade socioemocional, que variam, por exemplo, de abordagem social anormal e falha na conversação normal; até redução no compartilhamento de interesses, emoções ou afetos; até falha em iniciar ou responder a interações sociais.
- Déficits em comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal mal integrada; anormalidades no contato visual e na linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso de gestos; a uma ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal.
- Déficits no desenvolvimento, manutenção e compreensão de relacionamentos, que variam, por exemplo, de dificuldades em ajustar o comportamento para se adequar a vários contextos sociais; a dificuldades em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos; à ausência de interesse em colegas.

Quais os níveis do Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O TEA é classificado em três níveis de suporte necessários:
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- Nível 1: necessita de suporte.
- Nível 2: necessita de suporte substancial.
- Nível 3: necessita de suporte muito substancial.
Nível 1 de autismo
O nível 1 do espectro refere-se às pessoas autistas que apresentam dificuldades sutis na comunicação e interação social, mas conseguem levar uma vida relativamente independente. Elas podem ter desafios em compreender normas sociais implícitas, manter conversas prolongadas ou lidar com mudanças na rotina. Muitas vezes, mascaram suas dificuldades para se adaptar ao ambiente, o que pode gerar estresse e ansiedade.
Nível 2 de autismo
O nível 2 caracteriza indivíduos que enfrentam dificuldades mais evidentes na comunicação e adaptação social. Eles podem ter interesses restritos, comportamentos repetitivos mais marcantes e maior sensibilidade sensorial. A dificuldade em lidar com mudanças é mais intensa e, geralmente, necessitam de suporte significativo para desenvolver autonomia e enfrentar os desafios do cotidiano.
Nível 3 de autismo
No nível 3, estão as pessoas autistas que apresentam desafios severos na comunicação verbal e não verbal, muitas vezes com fala limitada ou ausência total de linguagem oral. A interação social é bastante comprometida, e os comportamentos repetitivos podem ser mais intensos, dificultando a adaptação a ambientes não estruturados. Esse grupo requer assistência constante para atividades diárias e maior suporte especializado.
Quando o autismo pode ser observado?
De acordo com a Dra. Marlana Kusama, pediatra com ênfase nos transtornos do neurodesenvolvimento e professora da UniSul/Inspirali, embora seja detectado, mais frequentemente, por volta dos 2 anos de idade, hoje em dia é possível chegar ao diagnóstico de autismo de algumas crianças de forma mais precoce entre 12 e 18 meses de vida. “Os sinais de alerta já podem aparecer desde os primeiros meses de vida”, diz.
Quando esses sinais aparecem, a orientação é que os pais procurem um profissional de saúde especializado, como pediatra, psiquiatra e neurologista para uma avaliação detalhada.
Segundo ela o diagnóstico precoce aumenta as chances de qualidade de vida no futuro. “Mas a garantia só virá de acordo com a adequação de cada família e suas realidades, adesão aos tratamentos, acompanhando o desempenho escolar, até atingir a maturidade”, explica a médica.
De que forma é feito este diagnóstico?
O diagnóstico do TEA é feito por meio de uma avaliação clínica abrangente, que inclui a observação do comportamento da criança, entrevistas com os pais e o uso de instrumentos padronizados de avaliação, como o ADOS (Autism Diagnostic Observation Schedule) e o ADI-R (Autism Diagnostic Interview-Revised). O diagnóstico é clínico e não necessita de exames.
Quando exames são realizados são para os diagnósticos chamados diferenciais, ou seja, o que poderia gerar um outro diagnóstico.
Como é o tratamento para autismo?
Embora não exista cura para o TEA, existem vários tratamentos e intervenções que podem ajudar a melhorar as habilidades e o comportamento da criança. Estes incluem terapias comportamentais, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), terapias ocupacionais, fonoaudiologia e intervenções educacionais especializadas.