Falta de insumo deve impactar vacinação em junho, avisa Butantan

Por falta de matéria-prima, o envase de novas doses já está suspenso no país desde a última quarta-feira

10/05/2021 16:39

O atraso da China na liberação de insumo para a produção da CoronaVac no Brasil deve afetar o cronograma de vacinação contra a covid-19 a partir de junho, adiantou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. A afirmação foi feita durante a cerimônia de entrega duas milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 10.

Segundo o governo de São Paulo, cerca de 10 milhões de litros de insumo produzidos no país asiático aguardam liberação do governo chinês para serem enviados ao Brasil.

“Situação parecida com essa também é enfrentada pela Fiocruz [responsável pela vacina de Oxford/AstraZeneca]. Que também não teve seu IFA liberado. Preocupa para o cronograma de vacinação, não neste momento, mas a partir de junho, que poderá sofrer algum impacto”, pontuou Dimas Covas.

Estudo do Butantan e da USP comprova eficácia da CoronaVac contra as variantes em circulação no Brasil
Estudo do Butantan e da USP comprova eficácia da CoronaVac contra as variantes em circulação no Brasil - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Instituto Butantan ainda tem mais duas entregas previstas ao Ministério da Saúde para esta semana: a primeira deve ser feita na quarta-feira, 12, com 1 milhão de doses, e a outra na sexta, 16, com outras 1,1 milhão de vacinas.

Depois que essa entrega for concluída, o instituto, não terá mais imunizantes para entregar por falta da matéria-prima. O envase já está suspenso no país desde a última quarta-feira, 6, justamente por falta do IFA.

O governador João Doria (PSDB) responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela demora na entrega do IFA por parte da China. Segundo ele, Bolsonaro faz esforço contra o envio desse insumo.

“A cada vez que há um esforço do Ministério e do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, há um esforço contrário em manifestações conduzidas e lideradas pelo próprio presidente da república, o que torna tudo mais difícil”, afirmou Doria.