14 fatores que podem levar à demência e que vão além da genética

Veja como educação, estilo de vida e saúde influenciam o risco de desenvolver demência precoce em um novo estudo revelador

Estudo aponta fatores de risco para demência
Créditos: iStock/Giselleflissak
Estudo aponta fatores de risco para demência

A demência é um tema que crescentemente preocupa profissionais da saúde e a população em geral, principalmente devido ao aumento da expectativa de vida global.

Um estudo, realizado por cientistas europeus e divulgado na revista Jama Neurology, trouxe luz sobre importantes fatores de risco e medidas preventivas contra a demência precoce.

O trabalho representa um marco na compreensão de como comportamentos podem influenciar o risco de desenvolvimento dessa condição neurológica.

O que o estudo descobriu?

A demência, caracterizada como um declínio na capacidade cognitiva, pode ter um efeito devastador na qualidade de vida dos indivíduos e de suas famílias.

O estudo liderado por Stevie Hendriks, da Universidade de Maastricht, contou com a colaboração de renomadas instituições, como a Universidade de Oxford. Os dados analisados provêm do extenso banco de informações UK Biobank, abrangendo mais de 500 mil moradores do Reino Unido acompanhados entre 2006 e 2010.

A demência precoce, definida quando o diagnóstico ocorre antes dos 65 anos de idade, afeta atualmente cerca de 4 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Neste estudo, 485 participantes do UK Biobank desenvolveram este tipo de condição, o que permitiu aos pesquisadores identificar não apenas os já conhecidos fatores genéticos associados à demência, mas também desvendar 14 novos fatores de risco ligados ao estilo de vida e condições socioeconômicas.

Quais são os fatores que podem causar demência?

  • Baixo nível de escolaridade formal;
  • Baixo status socioeconômico;
  • Presença do alelo 2 da apolipoproteína ε4;
  • Transtornos por uso de álcool;
  • Isolamento social;
  • Deficiência de vitamina D;
  • Níveis elevados de proteína C-reativa;
  • Menor força de preensão manual;
  • Deficiência auditiva;
  • Hipotensão ortostática;
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • Diabetes;
  • Doença cardíaca;
  • Depressão.

As descobertas desafiam a ideia preconcebida de que a genética é a única responsável pelo desenvolvimento precoce da demência.

Veja os fatores de risco para demência precoce
Créditos: iStock/Dr_Microbe
Veja os fatores de risco para demência precoce

O que ajuda a prevenir o desenvolvimento de demência?

Segundo o estudo, aspectos como maior nível educacional e condição física robusta (medida, por exemplo, pela força de preensão) surgem como elementos protetores contra a demência.

Afinal, a manutenção de uma vida ativa, tanto mental quanto fisicamente, poderia reduzir o risco da doença.

De acordo com os pesquisadores, é a primeira vez que resultados sugerem que é possível diminuir o risco da demência precoce ao focar em mudanças de saúde e estilo de vida.

Conclusão dos pesquisadores

Este estudo é um lembrete valioso da importância de cuidar da nossa saúde de forma holística. A potencial conexão entre fatores como educação, atividade física, nutrição e saúde mental com a prevenção da demência nos incentiva a adotar estilos de vida mais saudáveis.

A compreensão de que a demência não é determinada apenas por fatores genéticos, mas também pode ser influenciada por nossas escolhas e nosso ambiente, é um passo crucial para mudarmos a forma como nos preparamos para o futuro da nossa saúde mental e cognitiva.

Embora este estudo tenha lançado luz sobre importantes fatores de risco e medidas preventivas, mais pesquisas são necessárias para compreender plenamente as complexas interações que levam ao desenvolvimento da demência. Enquanto isso, cuidar da nossa saúde física, mental e emocional nunca foi tão importante.