Febre Oropouche: bebê recém-nascido morre com a doença no Acre
De janeiro a agosto, o estado havia registrado 436 casos da doença viral
O Acre está enfrentando um surto preocupante de febre oropouche (FO), com 436 casos confirmados até o dia 20 de agosto e a morte de um bebê recém-nascido.
Os dados são do Boletim Epidemiológico Semanal das Arboviroses, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). A morte do bebê já havia sido anteriormente divulgada pelo Ministério da Saúde no início do mês.
O recém-nascido, que veio a óbito no final de julho após viver apenas 47 dias, apresentou microcefalia, malformações articulares e outras anomalias congênitas.
- O hábito simples que pode ser um escudo contra a demência
- Novo medicamento reduz forma genética do colesterol alto em até 86%
- Descubra o poder da romã para a saúde do coração
- 7 indícios de que você sofre de intolerância à lactose
- Faculdade Santa Casa de SP oferece 417 bolsas para quatro cursos
A mãe da criança, de 33 anos, relatou ter tido erupções cutâneas e febre durante o segundo mês de gestação. Testes realizados após o parto confirmaram a infecção pelo vírus Oropouche.
Análises laboratoriais conduzidas pelo Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS) em Belém descartaram outras possíveis causas para as complicações do bebê.
Casos no estado
O boletim da Sesacre também revela que, até o momento, 1.756 amostras de casos suspeitos foram testadas, um aumento significativo em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando apenas 145 amostras foram analisadas.
Em 2023, foram confirmados apenas 60 casos de Febre do Oropouche, sem registro de mortes.
O aumento expressivo de 620% no número de casos confirmados destaca a gravidade da situação em 2024.
Dos 22 municípios do Acre, apenas Santa Rosa do Purus não registrou casos da doença até agora.
No ano passado, os casos confirmados estavam distribuídos em oito cidades, indicando uma disseminação mais ampla do vírus neste ano.
O que é a febre oropouche?
A doença viral aguda tem como causa o vírus Oropouche (OROV), que pertence à família Bunyaviridae e ao gênero Orthobunyavirus.
O vírus é transmitido principalmente por mosquitos do gênero Culicoides, especialmente o Culicoides paraensis, que é o principal vetor da doença.
A febre Oropouche recebe esse nome devido à sua descoberta inicial em 1955 na região de Oropouche, no estado do Pará, Brasil. Desde então, casos da doença foram relatados em várias regiões da América do Sul e Central, incluindo Brasil, Trinidad e Tobago, Panamá, Peru e outras áreas.