Fumar maconha com frequência pode aumentar o risco de câncer, aponta estudo

Pesquisadores analisaram 20 anos de dados de saúde de pessoas que eram dependentes de maconha

06/10/2024 14:01

Fumar maconha com frequência e em excesso pode aumentar o risco de câncer de cabeça e pescoço, segundo um novo estudo da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA.

Fumar maconha com frequência pode aumentar o risco de câncer, aponta estudo
Fumar maconha com frequência pode aumentar o risco de câncer, aponta estudo - FREEMAN83/DepositPhotos

Usuários de maconha têm entre 3,5 e 5 vezes mais probabilidade de desenvolver esses tipos de câncer, de acordo com uma pesquisa publicada quinta-feira no JAMA Otolaryngology – Head & Neck Surgery.

Os cânceres de cabeça e pescoço incluem cânceres das cavidades oral e nasal, faringe, laringe, glândulas salivares e tireoide

Esse tipo de câncer tem associação com o consumo excessivo de álcool e o tabagismo. Pessoas que fazem as duas coisas correm maior risco de desenvolver esses tipos de câncer do que aquelas que apenas bebem ou apenas fumam.

Pesquisadores descobriram que fumar maconha pode aumentar as chances de alguns tipos de câncer
Pesquisadores descobriram que fumar maconha pode aumentar as chances de alguns tipos de câncer - JANIFEST/DepoitPhotos

Detalhes do estudo

Os pesquisadores da USC observaram que estudos que exploraram a associação entre cannabis e risco de câncer de cabeça e pescoço produziram resultados inconsistentes.

Para sua pesquisa, eles compararam os dados médicos de 116.000 pessoas.  E dividiram o grupo entre usuários de maconha e não usuários com características de saúde semelhantes. Os pesquisadores da USC analisaram 20 anos desses dados médicos.

Eles descobriram que a maconha pode ser mais perigosa do que os cigarros no risco de câncer de cabeça e pescoço.

“A cannabis queima em uma temperatura mais alta do que o tabaco, aumentando o risco de lesão inflamatória”, escreveram os autores do estudo.

Embora as evidências sugiram uma relação entre câncer e cannabis, os pesquisadores admitem que o estudo tem limitações. Entre elas está a falta de informações sobre dosagem, frequência e modo de uso da maconha.