Furinho na orelha: o que explica essa característica em algumas pessoas

As covinhas se localizam na cartilagem da orelha, perto da maçã do rosto

Você já reparou bem na sua orelha? Já percebeu se há algum furinho na parte de cima dela? Algumas pessoas parecem ter se encafifado com isso durante essa quarentena e resolveram compartilhar as fotos e especular o porquê dessa característica não muito comum.

Já adiantamos que não há com o que se preocupar, mas há uma explicação interessante.

Furinho fica localizado na parte de cima da cartilagem da orelha
Créditos: reprodução/Twitter
Furinho fica localizado na parte de cima da cartilagem da orelha

Esse furinho chamado seio pré-auricular, também conhecido como poço pré-auricular e cisto pré-auricular, é uma má-formação congênita dos tecidos moles pré-auriculares.

Alguns estudos sobre essa má-formação já observaram que os furinhos são mais comuns na orelha direita do que na esquerda. Há ainda pessoas que possuem a covinha dos dois lados.

Mas por que esses furinhos aparecem em algumas pessoas?

De acordo com o jornal The Sun, essas covinhas foram documentadas pela primeira vez em 1864, pelo cientista Van Heusinger.

A explicação para elas está no desenvolvimento do feto na barriga da mãe. Nesses casos, no estágio embrionário, acontece uma fusão incompleta dos arcos branquiais, que são estruturas que vão originar a face, faringe, laringe e músculos do pescoço. Isso acontece por volta da quarta semana de gestação.

Como herança desse processo pela metade, fica esse furinho na cartilagem.

Furinho na orelha poderia ser uma característica evolutiva do ser humano
Créditos: AlexStar/istock
Furinho na orelha poderia ser uma característica evolutiva do ser humano

Outra explicação interessante é a de um biólogo chamado Neil Shubin. Segundo ele, essa marquinha poderia ser remanescente das brânquias, órgãos de respiração dos peixes. Portanto, uma característica evolutiva.

Um estudo feito pela Escola de Medicina da Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul, constatou que até 9% da população dos Estados Unidos poderia ter esses buraquinhos, enquanto na Ásia e em partes da África esse índice poderia chegar a 10%.

Os furinhos também seriam mais comuns em pessoas negras e de origem asiática, segundo essa mesma pesquisa.