Gordura no fígado atinge 20% dos brasileiros; conheça os sinais

Embora muitas pessoas convivam com a esteatose hepática sem apresentar sintomas, alguns sinais podem indicar a presença da condição

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
17/06/2025 19:00 / Atualizado em 22/06/2025 00:26

A esteatose hepática, também chamada de gordura no fígado, é uma doença crônica que afeta cerca de 20% dos brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia. O problema é mais comum do que se imagina e, muitas vezes, passa despercebido até causar complicações mais graves.

Essa condição ocorre quando há acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado, o que pode levar a inflamações, fibrose e até à cirrose, se não for controlada a tempo.

Principais sinais de gordura no fígado

  • Desconforto abdominal (principalmente no lado direito)
  • Fadiga constante
  • Sensação de estufamento
  • Náuseas e perda de apetite
  • Alterações nos exames de sangue (aumento de enzimas hepáticas)

Em casos mais avançados, pode haver amarelamento da pele e dos olhos (icterícia) e inchaço abdominal.

Embora muitas pessoas convivam com a esteatose hepática sem apresentar sintomas, alguns sinais podem indicar a presença da condição
Embora muitas pessoas convivam com a esteatose hepática sem apresentar sintomas, alguns sinais podem indicar a presença da condição - iStock/magicmine

Causas mais comuns da esteatose hepática

A gordura no fígado pode ter diversas origens, mas os fatores mais comuns incluem:

  • Sobrepeso e obesidade
  • Diabetes tipo 2 e resistência à insulina
  • Colesterol e triglicerídeos altos
  • Consumo excessivo de álcool (esteatose hepática alcoólica)
  • Alimentação rica em gorduras e açúcares refinados
  • Sedentarismo

Mesmo pessoas magras podem desenvolver esteatose hepática, especialmente se houver predisposição genética ou distúrbios metabólicos.

Como prevenir gordura no fígado

A prevenção e o tratamento da gordura no fígado, ou esteatose hepática, começam com mudanças no estilo de vida. Uma alimentação equilibrada é essencial: dar preferência a frutas, verduras, legumes, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, como as presentes no azeite de oliva e nas oleaginosas.

Reduzir o consumo de açúcares refinados, alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas também é fundamental, já que esses itens favorecem o acúmulo de gordura no fígado. Além disso, é importante manter um bom controle dos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos no sangue.

A prática regular de atividade física é outra aliada importante. Exercícios aeróbicos, como caminhadas, corridas leves, natação ou ciclismo, ajudam a queimar gordura corporal e a melhorar a sensibilidade à insulina, contribuindo diretamente para a saúde do fígado.

Para quem está acima do peso, a perda de apenas 5% a 10% do peso corporal já pode ter um impacto significativo na redução da gordura hepática.

Além das mudanças nos hábitos, o acompanhamento médico é essencial. Exames periódicos ajudam a monitorar a saúde do fígado e identificar sinais precoces de complicações. Em alguns casos, o médico pode indicar suplementos, medicamentos para controle de doenças associadas, como diabetes ou colesterol alto, ou estratégias personalizadas.