Governo vai adquirir vacina chinesa, segundo diretor do Butantan
Imunizante em testes no Brasil já foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta quarta-feira, 26, que o Ministério da Saúde vai adquirir doses da CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O anúncio foi feito após uma reunião com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
O encontro foi realizado para Covas apresentar o projeto do imunizante ao governo federal e solicitar 1,9 bilhão, valor necessário para dobrar a capacidade inicial de produção de 60 milhões para 120 milhões de doses até o início do ano que vem.
Uma parte do recurso ainda seria usada para finalizar o estudo clínico que atualmente está em curso no Brasil.
Vacina desdenhada por Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já criticou essa vacina, que tem sido a grande a aposta de um dos seus desafetos na política, o governador paulista João Doria (PSDB).
No início deste mês, ao anunciar a destinação de 1,9 bi para Fiocruz produzir a vacina de Oxford, Bolsonaro desdenhou do imunizante chinês. “O que é mais importante nessa vacina [de Oxford], diferente daquela outra que um governador resolveu acertar com outro país é que vem a tecnologia pra nós”, disse.
CoronaVac em testes
Atualmente, o imunizante está na última e mais decisiva fase de testes em voluntários brasileiros. Ao todo, 9 mil pessoas participam do estudo em 12 centros de pesquisas.
O teste da fase 2, realizado na China, com 600 voluntários mostrou que a CoronaVac foi bem tolerada e não gerou reações adversas que comprometessem sua segurança.