Este hábito do sono pode aumentar o risco de pressão alta, diz estudo
O novo estudo destaca a importância de práticas de sono saudáveis para evitar pressão alta e favorecer saúde cardíaca
Dormir menos de 7 horas por noite pode aumentar o risco de desenvolver hipertensão a longo prazo, conforme revelou um estudo apresentado na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology.
Os pesquisadores destacaram que estudos anteriores já haviam mostrado uma relação entre padrões de sono e hipertensão.
No entanto, as evidências sobre a natureza dessa associação ainda são inconsistentes, justificando a necessidade de mais pesquisas.
Quais foram os métodos e resultados do estudo?
A pesquisa reuniu dados de 16 estudos realizados entre janeiro de 2000 e maio de 2023. Ela abrangeu mais de 1 milhão de pessoas de seis países que não tinham histórico de pressão alta. Esses indivíduos foram acompanhados por um período médio de cinco anos, variando de 2,4 a 18 anos.
Os resultados mostraram que a curta duração do sono foi significativamente associada a um risco maior de desenvolver hipertensão, mesmo após ajustes para fatores de risco demográficos e cardiovasculares, como idade, sexo, educação, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial e tabagismo. A associação foi ainda mais forte entre aqueles que dormiam menos de 5 horas por noite.
“Com base nos dados mais atualizados, quanto menos você dorme – ou seja, menos de 7 horas por dia – maior a probabilidade de desenvolver pressão alta no futuro”, explicou Kaveh Hosseini, professor assistente de cardiologia no Tehran Heart Center, no Irã, e principal autor do estudo.
Qual é o impacto da duração do sono no risco de pressão alta?
O estudo revelou que dormir menos de 7 horas por noite está associado a um aumento de 7% no risco de desenvolver hipertensão. Para aqueles que dormem menos de 5 horas, esse risco sobe para 11%.
Comparativamente, condições como diabetes e tabagismo aumentam o risco de hipertensão em, pelo menos, 20%.
Segundo Hosseini, essa associação pode ocorrer devido à perturbação no sono, causada por fatores como alimentação rica em gorduras saturadas, consumo de álcool, trabalho noturno, uso de certos medicamentos, ansiedade, depressão, apneia do sono e outros distúrbios relacionados ao sono.
Além disso, o estudo observou que as mulheres que dormiam menos de 7 horas apresentaram um risco 7% maior de hipertensão comparado aos homens.
Quais são as limitações e implicações futuras do estudo?
O estudo apresenta algumas limitações. A duração do sono foi autorrelatada pelos participantes, o que pode não refletir com precisão a realidade.
“Mais pesquisas são necessárias para avaliar a associação entre a duração do sono e a hipertensão arterial usando métodos mais precisos, como a polissonografia, um método para avaliar a qualidade do sono com mais precisão”, afirmou Hosseini.