Harvard aponta para causa até então desconhecida da coceira
Uma das maneiras pelas quais essa sensação acontece é através de uma bactéria na nossa pele, segundo pesquisadores
Um estudo realizado por cientistas da Harvard Medical School demonstrou pela primeira vez que uma bactéria comum da pele – Staphylococcus aureus – pode despertar a coceira na pele ao agir diretamente nas células nervosas.
As descobertas foram feita a partir de experimentos em em ratos e em células humanas e foram publicadas na revista científica Cell.
A pesquisa ajuda a explicar por que doenças comuns da pele, como eczema e dermatite atópica, são frequentemente acompanhadas de coceira persistente.
- Atletas de final de semana: 5 principais fatores que podem levar à artrose do joelho
- Carnes processadas elevam risco de hipertensão, mostra estudo brasileiro
- Ombro congelado e diabetes: como a doença afeta sua articulação
- Olímpia é destino certa para férias em família no interior de SP
A coceira surge de um subconjunto de neurônios, e a coceira aguda pode ser uma resposta protetora para nos ajudar a remover algo que está irritando a pele.
Contudo, a coceira crônica não é protetora e pode ser patológica. O mecanismo subjacente que ativa os neurônios e causa coceira crônica não é bem compreendido e novos tratamentos são necessários.
Reação molecular
Até então, acreditava-se que a coceira que ocorre no eczema e na dermatite atópica surgia da inflamação da pele. Mas as novas descobertas mostram que o S. aureus, por si só, causa coceira ao instigar uma reação molecular em cadeia que culmina na vontade de coçar.
Em outras palavras, o nervo que detecta a coceira detectou a bactéria mesmo que não houvesse resposta imunológica.
De acordo com os pesquisadores, uma vez que o S. aureus invade a pele de um camundongo, ele libera uma enzima chamada V8. Isso, por sua vez, ativa uma proteína chamada PAR1, que está localizada nas células nervosas da pele. A proteína ativada envia um sinal ao cérebro que causa coceira no rato e o faz começar a se coçar.
Experimentos de laboratório envolvendo células nervosas humanas mostraram que o mesmo mecanismo pode ocorrer em pessoas, mas os pesquisadores dizem ser necessários mais estudos.
Ainda assim, a pesquisa pode oferecer aos cientistas uma nova direção no desenvolvimento de tratamentos. Os cientistas acreditam que bloquear o caminho da reação em cadeia dos neurônios da pele bloquearia a coceira.
Essa descoberta poderá ajudar no desenvolvimento de pílulas e cremes para a pele que tenham como alvo as bactérias, ou seus receptores nas células nervosas, para interromper o ciclo de coceira, que ocorre com várias condições, como dermatite atópica, prurigo nodular e psoríase.