HC investiga caso de fungo preto em paciente com covid-19
Apesar do alto índice de letalidade, doença não é contagiosa e, segundo especialistas, não representa uma ameaça à saúde pública global
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, de São Paulo, está investigando um caso de mucormicose, doença popularmente chamada de fungo preto, em um paciente na faixa dos 30 anos com histórico de covid-19 prévio. A infecção, que causa necrose dos tecidos e mata na maioria dos casos, é rara e não é transmissível.
Na terça-feira, o Amazonas confirmou um caso da doença em um homem que morreu após ficar internado com sintomas gripais. Ele tinha 56 anos, morava em Manaus e era diabético, quadro que agrava a infecção por fungo preto. Ele apresentou coceira no olho direito, que avançou para uma infecção no local.
No Brasil, há outro caso em investigação em Santa Catarina. Trata-se de um homem de 52 anos, que teve covid-19 e tem histórico de comorbidades (diabetes mellitus e artrite reumatoide). Ele está internado em um hospital particular de Joinville.
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Casos se espalham na Índia
Os casos de infecção por mucormicose tem aumentado na Índia desde o início de maio, especialmente entre pacientes com covid-19, ou entre aqueles que se recuperaram há pouco tempo e ainda estão com as defesas do organismo baixas.
A doença também tem sido diagnosticada com frequência entre pessoas com diabetes.
Apesar de preocupar autoridades sanitárias indianas, que vivem um momento crítico da pandemia de covid-19, a infeção causada pelo fungo preto não tem sido vista como uma ameaça à saúde pública global pelos especialistas.
O que é a mucormicose?
A doença mucormicose é causada pela exposição ao fungo da família Mucoraceae, comumente encontrado no solo, plantas, esterco e frutas e vegetais em decomposição.
A infecção acontece quando se aspira os esporos do fungo ou quando o microrganismo entra em contato com feridas na pele.
O fungo comumente ataca os seios nasais, os pulmões e pode atingir pele e o cérebro. Muitas vezes, são necessárias mutilações por meio de cirurgias para retirar a parte do corpo afetada. O quadro mata mais de 50% dos pacientes acometidos.
Os casos graves são geralmente desenvolvidos por pessoas que estão com o sistema imunológico fragilizado.