Entenda como o horário das refeições ajuda a diminuir o risco de obesidade

Ciência mostra que a hora das refeições influencia diretamente como nosso corpo queima calorias e regula a fome

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
13/01/2025 13:00 / Atualizado em 21/01/2025 16:17

A ciência mostra que a hora das refeições influencia diretamente como nosso corpo queima calorias, regula a fome e decide o destino da gordura que ingerimos – Fajrul Islam/istock
A ciência mostra que a hora das refeições influencia diretamente como nosso corpo queima calorias, regula a fome e decide o destino da gordura que ingerimos – Fajrul Islam/istock - Fajrul Islam/istock

Você já parou para pensar que o horário em que comemos pode ser tão importante quanto o que colocamos no prato? Pois é.

A ciência mostra que a hora das refeições influencia diretamente como nosso corpo queima calorias, regula a fome e decide o destino da gordura que ingerimos. Se você é adepto daquele lanchinho noturno, talvez seja hora de repensar seus hábitos.

Pesquisadores sugerem que ajustar o cronograma alimentar pode ser uma estratégia simples e poderosa para reduzir o risco de obesidade, sem exigir dietas rigorosas ou rotinas de exercício extenuantes.

Desvendando os bastidores do corpo

Embora já soubéssemos da relação entre horários das refeições e ganho de peso, novas descobertas revelaram os mecanismos biológicos por trás dessa conexão. Para explorar essa dinâmica, cientistas conduziram um estudo com 16 participantes com sobrepeso ou obesidade.

O experimento foi meticulosamente planejado: cada voluntário passou por duas fases de seis dias, separadas por intervalos de semanas. Durante esse período, seus padrões de sono e alimentação foram cuidadosamente monitorados.

No primeiro cenário, as refeições seguiram um cronograma clássico:

  • Café da manhã às 9h
  • Almoço às 13h
  • Jantar às 18h

No segundo, os horários foram empurrados para mais tarde:

  • Primeira refeição às 13h
  • Última refeição às 21h

Enquanto isso, amostras de sangue eram coletadas, questionários aplicados e outros métodos de medição analisados para acompanhar como o corpo reagia a essas mudanças.

Por que comer tarde é uma má ideia?

Os resultados foram reveladores: atrasar as refeições bagunça o equilíbrio hormonal. O hormônio leptina, que sinaliza saciedade, apresentou níveis mais baixos ao longo do dia, deixando os participantes mais propensos à fome. Além disso, o corpo queimava calorias de forma mais lenta e acionava genes que favoreciam o armazenamento de gordura. Era como se o corpo, diante de refeições tardias, se preparasse para acumular reservas.

Esse cenário desfavorável também desacelerou a quebra de gordura (lipólise) e aumentou a formação de novas células adiposas (adipogênese). Em suma, o hábito de comer mais tarde parecia moldar o corpo para acumular, não gastar.

Próximos passos

Os cientistas pretendem expandir esse estudo, incluindo mais mulheres – já que apenas 5 dos 16 participantes eram do sexo feminino – e investigando como a interação entre o sono e o horário das refeições afeta esses processos metabólicos.

Alerta contra a obesidade

A obesidade vai além da estética: é um fator de risco para condições graves como diabetes e câncer. Enfrentar essa epidemia global requer soluções práticas e acessíveis, e a mudança no horário das refeições pode ser um passo crucial.

Esta pesquisa ilumina uma ideia poderosa: antecipar as refeições pode otimizar o funcionamento do corpo, reduzindo o risco de obesidade. E o melhor? É uma mudança simples, que pode ser muito mais fácil de adotar do que seguir dietas restritivas ou rotinas de treino intensas. Afinal, às vezes, o segredo está em algo tão básico quanto prestar atenção no relógio.

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