Informações sobre esquizofrenia para quebrar estigmas

Existem muitas variações da doença e o paciente precisa fazer um tratamento ao longo da vida

24/05/2019 14:32

Dependendo do estágio e comprometimento da esquizofrenia, vida social e profissional é possível
Dependendo do estágio e comprometimento da esquizofrenia, vida social e profissional é possível - FatCamera/istock

A esquizofrenia e os denominados transtornos esquizofrênicos constituem um grupo de distúrbios
mentais graves, caracterizados por distorções do pensamento e da percepção. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 26 milhões de pessoas são diagnosticadas com esquizofrenia no mundo inteiro. No Brasil, são cerca de 800 mil.

O médico clínico do Centro de Infusões e Terapias – CIT, do Grupo Oncoclínicas, Dr. Marcelo Caldeira explica alguns mitos sobre a doença, analisando informações de utilidade pública que podem ajudar na identificação de sintomas.

1.  A esquizofrenia compromete o raciocínio lógico

A Esquizofrenia é uma doença caracterizada pelo quadro de perda do contato com a realidade, alucinações, delírios e comprometimento do raciocínio, com dificuldades para soluções de problema pelo paciente que apresente discurso e comportamento desorganizado, levando à disfunção social e ocupacional.

2.  Sintomas são variáveis

A apresentação dos sintomas pode ser de desorganização cognitiva leve, com incapacidade de experimentar prazer ou alegria, retraimento, irritabilidade, desconfiança e pensamentos incomuns, com distorção da percepção da realidade. Em alguns pacientes, a instalação pode ser súbita, com delírios e alucinações, ou lenta e insidiosa. As manifestações na fase pré-mórbida, ou seja, antes de apresentar os sintomas exuberantes, em alguns casos, só é reconhecida retrospectivamente.

Alguns pacientes podem sofrer delírios e alucinações
Alguns pacientes podem sofrer delírios e alucinações - 1001nights/istock

3. A prevalência da esquizofrenia é de cerca de 1% da população mundial

A prevalência é semelhante entre homens e mulheres, e acometendo, principalmente, classes socioeconômicas menos favorecidas em áreas urbanas. É rara na infância ou no final da vida, aparecendo, em geral, entre os 18 (homens) e 25 (mulheres) anos.

4. Não há causa específica estabelecida

Apesar de não haver causa específica, a doença apresenta base biológica evidente nas estruturas cerebrais. Supõe-se que vulnerabilidades no desenvolvimento neurológico possam concorrer como fatores adjuvantes. Entre estas, podemos citar as complicações intra ou extrauterinas ou, ainda, decorrentes do parto, inanição materna, influenza no segundo e terceiro trimestres de gestação, entre outras. Os estressores ambientais e bioquímicos podem desencadear o aparecimento de sintomas. Pressões sociais, como desemprego, empobrecimento ou saída do lar, assim como abuso de substâncias químicas estão fortemente relacionadas ao aparecimento dos sintomas e instalação da doença em pessoas vulneráveis.

5. O Paciente esquizofrênico tem risco relativamente baixo para comportamentos violentos

Historicamente, esses episódios ocorrem devido ao abuso de drogas, alucinações de comando, delírios persecutórios em pacientes que não tomam corretamente as medicações prescritas. Há medicações injetáveis para controle da doença, conforme a prescrição dos psiquiatras, sem nenhuma ocorrência desagradável ou inesperada.

6.  Vida social é possível

O tratamento é basicamente feito por medicamentos, com apoio de psicoterapia e reabilitação, e, dependendo do estágio e comprometimento da doença, vida social e profissional é possível.