Ingrediente usado nestes alimentos populares aumenta risco de depressão
Estudo de Harvard revela os ingredientes de alimentos globalmente consumidos que aumentam o risco de depressão
A ingestão de alimentos ultraprocessados, dentre eles refrigerantes, refeições prontas e batatas fritas, pode aumentar a possibilidade de desenvolver depressão, de acordo com pesquisadores americanos.
As bebidas adocicadas, especialmente, foram destaques no estudo. Isso porque os cientistas descobriram que elas aumentam a probabilidade de depressão em 37%, a maior porcentagem entre os alimentos ultraprocessados estudados. E o vilão aparente são os adoçantes artificiais.
Os pesquisadores verificaram que os componentes químicos presentes em bebidas, como a Diet Coke, podem causar alterações no cérebro ligadas a problemas de saúde mental.
“Uma maior ingestão de alimentos ultraprocessados, especialmente bebidas adoçadas artificialmente, está associada ao aumento do risco de depressão”, afirma o Dr. Raaj Mehta, da Faculdade de Medicina de Harvard.
Por que os adoçantes artificiais são prejudiciais?
Alimentos ultraprocessados são produtos submetidos a elevados níveis de processamento, e que contêm ingredientes que não seriam normalmente utilizados na culinária doméstica.
Isso pode incluir aditivos alimentares, gorduras hidrogenadas, amido modificado, emulsificantes e corantes artificiais, de acordo com o sistema de classificação NOVA. Estes alimentos já foram associados anteriormente a obesidade, diabetes tipo 2 e câncer.
O aspartame, um adoçante artificial encontrado em muitas bebidas ultraprocessadas como a Diet Coke, acabou sendo rotulado como “potencialmente cancerígeno” pela Organização Mundial da Saúde em julho de 2023. A OMS também emitiu uma orientação recomendando que as pessoas evitem o uso de adoçantes não açucarados para perder peso.
A pesquisa possui algum aprofundamento sobre os efeitos dos adoçantes artificiais?
O mais recente estudo, publicado na JAMA Network Open, investigou como esses alimentos afetam a probabilidade das pessoas terem depressão.
Os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares e a saúde mental de mais de 31.000 mulheres com idade entre 42 e 62 anos. Nenhuma delas tinha depressão no início e tiveram suas dietas avaliadas por meio de questionários a cada quatro anos, de 2003 a 2017.
A depressão foi definida como sendo diagnosticada por um médico ou a utilização regular de antidepressivos. A ingestão de mais de 8,8 porções de qualquer tipo de alimento ultraprocessado por dia aumentou o risco de depressão em 49% em comparação com o consumo de menos de quatro porções diárias.
Porém, especialistas independentes afirmam que são necessários mais estudos para comprovar que os adoçantes estão causando depressão e os motivos disso.
“Este estudo fornece uma visão sobre o papel potencial dos adoçantes artificiais na saúde física e mental. Mas isto precisa de confirmação através de mais investigação, para além dos dados observacionais”, explicou Dr. Sharmili Edwin Thanarajah, do Hospital Universitário de Frankfurt.