Injeção acelera o corpo a destruir tumores; entenda

08/11/2023 11:00

Cientistas estão trabalhando em uma injeção que ajuda o corpo a reconhecer e combater tumores, assim como ocorre com a gripe.

O estudo, que envolveu ratos com câncer de pele melanoma, é do Cancer Research UK e da Universidade de Glasgow.

Injeção poderia ajudar o corpo identificar a ameaça do câncer e combater tumores de forma mais agressiva
Injeção poderia ajudar o corpo identificar a ameaça do câncer e combater tumores de forma mais agressiva - BrianAJackson/istock

A equipe de pesquisa descobriu que os tumores enganam não apenas as células imunitárias que os rodeiam, fazendo-as não reconhecer o quão perigosos são, mas também os gânglios linfáticos – uma parte importante do sistema imunológico.

Esses gânglios linfáticos desempenham um papel importante no combate ao câncer, mas no momento eles respondem a ele como se fosse um pequeno corte no dedo.

Como funciona a injeção?

Os pesquisadores analisaram especificamente células do sistema imunológico de camundongos – chamadas células dendríticas – que também existem em humanos.

Existem dois tipos de células dendríticas, uma que existe nas células que se tornam tumorais e aquelas que vivem nos gânglios linfáticos, uma parte fundamental do sistema imunológico.

Estudo teve êxito em ratos com câncer de pele melanoma
Estudo teve êxito em ratos com câncer de pele melanoma - vkovalcik/istock

Assim que o câncer começa, as células dendríticas do câncer movem-se em direção aos gânglios linfáticos, mas, uma vez lá, não emitem o mesmo nível de alerta de perigo às células dendríticas dos gânglios linfáticos como fazem quando o vírus da gripe está presente.

Os pesquisadores então injetaram nos ratos um código genético artificial, como o visto no vírus da gripe, o que fez o câncer parecer perigoso, e os gânglios linfáticos reagiram com mais força.

Esperança para o futuro

O estudo, publicado na revista Science Immunology, aumenta a esperança de que uma injeção semelhante possa ajudar pacientes humanos a terem uma resposta imunológica melhor contra o câncer.

De acordo com os pesquisadores, isto poderia permitir que os cânceres fossem detectados numa fase inicial e combatidos pelo próprio sistema imunitário do paciente, em vez de tratamentos severos que são necessários numa fase posterior.

O próximo passo da investigação será examinar mais profundamente a forma como o sistema imunológico comunica, como recebe sinais que o alertam sobre ameaças e como compreende a importância da ameaça.