Jovem com pré-eclâmpsia perde bebê e faz alerta para mães

"Meu corpo estava lutando tanto para manter meu filho vivo que acabou levando sua vida para manter a minha”, escreveu

O desabafo de uma jovem mãe viralizou depois que ela resolveu falar abertamente sobre sua dor ao dar à luz seu filho morto. A australiana Kristy Watson já tinha sofrido 3 abortos anteriores e estava na 32ª semana de gestação. O coração de seu filho, no entanto, parou de bater por conta de uma pré-eclâmpsia – uma grave condição de gravidez.

O relato de Kristy acompanhado de imagens fortes do parto já conta com mais 15 mil reações no Facebook. Ela alerta as mães para não ignorarem aquilo que sentem.

Jovem posta foto do doloroso parto para alertar mães
Créditos: reprodução/Facebook
Jovem posta foto do doloroso parto para alertar mães

A jovem, de 20 anos, conta que durante a gravidez, começou a sentir inchaço no rosto, mãos e pés, visão embaçada e dores de cabeça incapacitantes que duraram semanas.

Durante seis semanas, ela procurou ajuda por diversas vezes por conta da dor que sentia, chegou a ir a outros hospitais. Ela sempre era medicada e liberada. Os médicos alegavam que os sintomas eram apenas os sinais “normais” de gravidez.

No entanto, com 32 semanas, a jovem quase perdeu a vida depois de uma pré-eclâmpsia que foi descoberta tardiamente.

Minha gravidez quase me matou. Meus rins estavam falhando, minha pressão sanguínea estava tão alta que quase me fez ter um derrame ou um ataque súbito, meu corpo estava lutando tanto para manter meu filho vivo que acabou levando sua vida para manter a minha”, escreveu Kristy no Faceboook.

Batimentos de bebê parou com 32 semanas de gestação
Créditos: reprodução/Facebook
Batimentos de bebê parou com 32 semanas de gestação

Ela também explicou o que é a doença. “Para quem não sabe, é um distúrbio da gravidez caracterizado por quadros de pressão alta e pela presença de proteína na urina. Quando o quadro é grave, pode haver uma degradação dos glóbulos vermelhos, uma contagem baixa de plaquetas no sangue, insuficiência da função hepática, disfunção renal, inchaço, falta de ar devido a líquido nos pulmões ou perturbações visuais. A pré-eclâmpsia aumenta o risco de resultados ruins para a mãe e o bebê. Se não tratada, pode resultar em convulsões em um ponto que é conhecido como eclâmpsia”.

Kristy ainda sugere que a mensagem seja compartilhada para que alcance mais mães. “Sinta-se à vontade para compartilhar, não quero que essa postagem seja vista como culpa de ninguém. Eu quero que as pessoas saibam o que eu passei e de alguma forma ajudar a evitar que tal coisa aconteça com mais alguém”.

Três dias antes de saber da morte do filho, o médico havia apenas receitado a ela um remédio para dor de cabeça. “Isso foi três dias antes de eu sentir meu filho nunca mais se mexer. Três dias antes de me falarem que eu havia tido e que meu bebê não tinha batimentos cardíacos. Três dias antes de eu ter que ser induzida a um trabalho de parto de 12 horas até finalmente  segurar meu filho sem fôlego e sem vida“.

https://www.facebook.com/kristy.loves.tylah/posts/1768429699919599

Sintomas de Pré-eclâmpsia

O caso de Kristy poderia ter sido diferente se a pré-eclâmpsia fosse identificada precocemente. Gestantes devem ficar atentas aos seguintes sintomas, que indicam pre-eclâmpsia:

  • Rápido ganho de peso, de 2 a 5 quilos em uma única semana
  • Inchaço da face ou extremidades, especialmente as mãos e pés
  • Dores de cabeça

De acordo com o site Minha Vida, parceiro da Catraca Livre, a causa exata da pré-eclâmpsia é desconhecida. Especialistas acreditam que ela começa na placenta – o órgão que nutre o feto durante a gravidez. No início da gravidez, novos vasos sanguíneos se desenvolvem e evoluem para enviar eficientemente o sangue para a placenta. Em mulheres com pré-eclâmpsia, estes vasos sanguíneos não parecem desenvolver-se adequadamente. Eles são mais estreitos do que os vasos sanguíneos normais e reagem de forma diferente à sinalização hormonal, o que limita a quantidade de sangue que pode fluir através delas.