Jovem conta como descobriu câncer aos 25 anos após passar por 6 médicos
Aparecimento de caroços e cansaço extremo foram os principais sinais que lhe chamaram a atenção
A estudante de farmácia Fernanda Pereira viveu uma saga para descobrir o diagnóstico de câncer aos 25 anos. Em entrevista à BBC Brasil, ela conta que o primeiro sinal que lhe chamou a atenção foi um pequeno nódulo no seu pescoço.
Mesmo fazendo exames de rotina, nada tinha indicado a doença até então. Ao passar pela ginecologista, ela foi encaminhada para um clínico geral, que solicitou mais exames.
Fernanda chegou a ter como resultado uma anemia de grau leve. Porém, outros gânglios apareceram na mesma região.
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Além disso, a jovem também contou que sentia um cansaço fora do comum, a ponto de ter que se sentar no vaso sanitário no meio do banho para descansar.
Ela então passou por um hematologista, mas que sequer apalpou a região e pediu exames repetidos. “Eu tentava explicar o que estava acontecendo e ele me cortava toda hora. Eu mostrei os remédios que estava tomando, meu cabelo já estava caindo muito e seguia fraca. Ele disse que se eu não melhorasse com aquele novo medicamento, era para eu voltar daqui um mês”, relembra.
Apenas seis meses após o início dos sintomas e visitas a diferentes médicos, a estudante procurou outro hematologista e descobriu que sofria com linfoma de Hodgkin, um câncer no sistema linfático, cujo principal sintoma é o inchaço das ínguas do pescoço, axilas, abdômen ou virilha.
“Eu fiz exames de imagem e o câncer já estava pelo meu corpo todo. Meu baço estava cada vez mais inchado de tanto linfonodo. Descobriram que já estava no estágio 4 e tinha infiltração na bacia, no baço e na minha pélvis”, contou a jovem.
Fernanda começou o tratamento com quimioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Inicialmente, foram dois ciclos completos do tratamento. Depois vieram mais sessões de quimioterapia mais pesada.
Como o tratamento não fazia o efeito esperado, ela precisou iniciar imunoterapia, que em pouco tempo fez os caroços diminuírem.
Quase um ano depois, um novo exame mostrou que a doença praticamente desapareceu.
Linfoma de Hodgkin
O linfoma ocorre quando as células dos nódulos linfáticos ou os linfócitos, responsáveis por combater as doenças no corpo humano, começam a se multiplicar de forma descontrolada, produzindo células malignas que têm a capacidade de invadir outros tecidos por todo o corpo.
Os tipos principais de linfomas são dois:
Linfoma de Hodgkin (HL)
Linfoma não Hodgkin (NHL)
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o linfoma de Hodgkin pode ocorrer em qualquer faixa etária; porém é mais comum entre adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais).
Os homens têm maior propensão a desenvolver o linfoma de Hodgkin do que as mulheres.
Sinais e sintomas
Embora não exista forma efetiva de prevenir o linfoma de Hodgkin, é importante se atentar aos sintomas para a detecção precoce.
Os seguintes sinais devem ser observados:
- Aparecimento de um ou mais caroços (ínguas) sob a pele, geralmente indolor, principalmente no pescoço, virilha ou axilas
- Febre e suor noturno
- Perda de peso sem motivo aparente
- Coceira no corpo
Além das regiões citadas acima, a doença por surgir em outras parte do corpo. Quando se apresenta na região do tórax, a pessoa pode apresentar tosse, falta de ar e dor.
Já na pelve ou no abdômen, os sintomas são desconforto e distensão abdominal.