Mais de 60% das pessoas que vivem com HIV já foram discriminadas
Comentários depreciativos, perda de emprego e até agressões físicas foram algumas das situações citadas por brasileiros que participaram de pesquisa
Uma pesquisa realizada pela UNAIDS mostrou um retrato preocupante sobre o cotidiano de pessoas que vivem com o HIV no Brasil. De acordo como levantamento, 64,1% dos entrevistados afirmaram ter sofrido alguma situação de discriminação ao longo de suas vidas por conta do diagnóstico de HIV ou AIDS. Os dados fazem parte do “Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS”.
No Brasil, o estudo documentou as experiências de estigma e discriminação de 1,8 mil pessoas de sete localidades: Manaus (AM), Salvador (BA), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Brasília, (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
O índice mostra que 46,3% dos entrevistados sofreram comentários discriminatórios ou depreciativos, em virtude da condição sorológica
para o HIV, enquanto 41% deles afirmaram ter sido alvo desses comentários dentro da própria família.
Outros 25,3% relataram assédio verbal por sua condição, 19,6% disseram ter perdido o emprego ou a fonte de renda e 6% citaram agressões físicas.
Outro abordagem da pesquisa mostrou que a discriminação também está presente dentro dos serviços de saúde. De acordo com o levantamento, 15,3% das pessoas entrevistadas relataram ter sofrido discriminação por parte de algum profissional de saúde. Entre as situações, os entrevistados citaram comentários negativos, quebra de sigilo sem consentimento e esquivamento de contato físico.
- Em 2014, foi sancionada a Lei n°12.984 que estabelece como crime a discriminação contra pessoas vivendo com HIV ou AIDS. Em caso de violação, recomenda-se realizar Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia e entrar com uma ação criminal.