Mandetta alerta para possível megaepidemia daqui 60 dias no Brasil
Ex-ministro da Saúde acredita que a nova variante de Manaus já esteja se espalhando pelo país com a transferência de doentes
A transferência de pacientes com covid-19 do Amazonas para outros estados é vista com preocupação pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Segundo ele, essa operação sem o cuidado necessário pode já ter plantado a nova variante do coronavírus em outros locais.
“O mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil e o Brasil está, não só aberto normalmente, como está retirando paciente de Manaus e mandando para Goiás, mandando para a Bahia, mandando para outros lugares sem fazer os bloqueios de biossegurança”, disse em entrevista à TV Cultura.
“Provavelmente, a gente vai plantar essa cepa em todos os territórios da federação e daqui a 60 dias a gente pode ter uma megaepidemia”, completou Mandetta.
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Cepa dominante no Amazonas
A nova variante do coronavírus que surgiu em Manaus tem sido acompanhada de perto pela Fiocruz do Amazonas. A preocupação é que ela possa tomar o país em um mês.
“Provavelmente essa nova variante já está em outras regiões do país, e é questão de tempo ela se tornar dominante. Em cerca de um mês já deve prevalecer sobre outras no monitoramento”, afirmou o infectologista Marcus Lacerda, da Fiocruz do Amazonas, em entrevista ao jornal O Globo.
Segundo o cientista, a nova cepa já é dominante no estado, aparecendo em 91% das amostras de vírus sequenciados.
Embora ainda não haja confirmação sobre maior transmissibilidade da P.1, como é chamada a nova variante, ela tem sido ligada ao aumento exponencial de casos em Manaus.
A cepa brasileira foi identificada pela primeira vez no dia 9 de janeiro em viajantes que chegaram ao Japão depois de passarem uns dias na capital amazonense. Após a identificação da variante, Manaus viu o número de casos aumentar muito e colapsar o sistema de saúde.
Os médicos da capital do Amazonas relatam que agora o vírus tem evoluído no organismo dos doentes de maneira mais silenciosa e que os jovens estão morrendo mais de covid-19.