Medicamento para diabetes reduz risco de demência
Segundo estudo, o risco pode ser reduzido com o uso da droga em até 22%
Um medicamento frequentemente utilizado para tratar diabetes está chamando a atenção da comunidade científica por uma razão completamente diferente. Acontece que esse fármaco apresentou um efeito colateral extremamente benéfico. De acordo com um estudo publicado no periódico BMJ Open Diabetes Research & Care, o uso regular desse medicamento pode reduzir o risco de demência, incluindo Alzheimer, em até 22%.
A substância em questão é chamada tiazolidinediona, ou TDZ, e é comumente utilizada no controle do diabetes. O estudo que revelou essa descoberta envolveu um grande número de participantes – mais de meio milhão de adultos norte-americanos, cuja saúde foi acompanhada em média por pelo menos 8 anos.
Como funciona a tiazolidinediona?
Os TDZs são reconhecidos pela sua efetividade em reduzir os níveis de colesterol ruim no sangue, por diminuir a pressão arterial e melhorar a circulação sanguínea. Esses medicamentos também são eficazes em pacientes diabéticos com menos de 75 anos, auxiliando no controle da obesidade e, consequentemente, nas doenças cardiovasculares.
Ao comparar os resultados obtidos por pacientes que usavam medicamentos à base do TDZ com aqueles que usavam medicamentos com outros princípios ativos, como a metformina e as sulfonilureias, os pesquisadores observaram que apenas a TDZ apresentou essa redução significativa no risco.
Qual o impacto dessa descoberta?
Essa descoberta tem um grande potencial para beneficiar especialmente pessoas com diabetes que têm risco de desenvolver demência ou Alzheimer. Com base nessas descobertas, pode ser necessário reconsiderar a classificação e a prescrição desses medicamentos.
Os autores do estudo advertem que ainda é preciso investigar mais detalhadamente as implicações dessa descoberta, mas o fato é que estes resultados são muito promissores.
Em resumo, a pesquisa e a descoberta de novas aplicações para medicamentos existentes é uma área-chave no desenvolvimento de tratamentos médicos inovadores. Com tantas pessoas em todo o mundo afetadas por diabetes e o risco sempre presente de demência na velhice, essa descoberta pode representar grandes avanços tanto na prevenção quanto na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.