Medicamento que induz o parto mostra-se promissor contra o Alzheimer

A droga demonstrou reativar pequenas bombas de limpeza de resíduos nos cérebros de ratos velhos

26/08/2024 11:09

Um medicamento usado para induzir o parto tem o potencial de proteger o cérebro envelhecido do acúmulo de resíduos tóxicos típicos de condições como a doença de Alzheimer.

O estudo é de pesquisadores a Universidade de Rochester, nos EUA, que publicaram os resultados na revista Nature Aging.

A descoberta pode ser promissora como uma nova maneira de combater as doenças de Alzheimer e Parkinson e o declínio cognitivo geral.

Detalhes do estudo

Em pequenas doses, o composto que imita o hormônio prostaglandina F2α pode induzir contrações do músculo liso no útero, estimulando o parto ou ajudando a reduzir a perda de sangue após o nascimento.

Em experimentos com ratos, o mesmo tratamento desencadeou contrações musculares não na parede uterina, mas nas paredes dos vasos linfáticos do pescoço.

Esses vasos, mostraram os cientistas, são compostos de pequenas “bombas” pulsantes, que empurram o fluido “sujo” do cérebro para os gânglios linfáticos do pescoço para “limpeza”.

Medicamento já existente pode ajudar a combater os efeitos do Alzheimer no cérebro
Medicamento já existente pode ajudar a combater os efeitos do Alzheimer no cérebro - koto_feja/istock

Os pesquisadores mostraram que, em ratos mais velhos, os vasos linfáticos que drenam o fluido cerebrospinal (LCR) não bombeiam com a mesma frequência ou força. 

Em comparação com ratos mais jovens, os pesquisadores descobriram que os ratos mais velhos possuem vasos linfáticos que drenam o LCR 63% mais lentamente.

Mas talvez isso não seja inevitável. Usando prostaglandina F2α, pesquisadores resgataram o fluxo de drenagem do cérebro em ratos mais velhos.

O que a descoberta significa?

Se a ciência confirmar os resultados em testes em humanos, a descoberta pode oferecer uma maneira totalmente nova de combater os efeitos do comprometimento cognitivo.

Os pesquisadores acreditam que essa abordagem, talvez combinada com outras intervenções, pode ser a base para futuras terapias para essas doenças.