Médicos alertam para hábito que coloca milhões em risco de câncer de pâncreas
Pesquisadores identificam como o hábito acelera a progressão do “assassino silencioso” e destacam a importância da detecção precoce
O câncer de pâncreas é uma das formas mais letais da doença, responsável por milhares de mortes anuais. Conhecido como “assassino silencioso”, ele apresenta sintomas sutis que muitas vezes passam despercebidos, como icterícia, perda de peso não intencional, dor abdominal e mudanças na digestão. Em estágios avançados, as chances de sobrevivência caem drasticamente: apenas 10% dos pacientes vivem mais de um ano após o diagnóstico tardio.
Fumo aumenta drasticamente o risco da doença
Pesquisadores da Universidade de Michigan descobriram como as toxinas do cigarro estimulam a progressão do câncer de pâncreas. Ao analisar células expostas a substâncias químicas do tabaco, os cientistas identificaram que o fumo aumenta a presença de células imunes chamadas Tregs, que produzem a proteína IL22. Essa combinação enfraquece a defesa natural do corpo contra tumores e acelera o crescimento e a disseminação do câncer.
Os especialistas observaram que bloquear a ação dessas células imunes pode reverter os efeitos das toxinas do cigarro, abrindo caminho para novas estratégias de tratamento. Essa descoberta é especialmente relevante porque o câncer de pâncreas responde mal às terapias tradicionais. A possibilidade de combinar imunoterapia com inibidores específicos pode mudar o prognóstico para pacientes fumantes.

Aumento preocupante entre jovens e mulheres
Embora a doença seja mais comum em pessoas acima de 75 anos, estudos apontam crescimento alarmante entre mulheres jovens. Desde a década de 1990, os casos em mulheres com menos de 25 anos aumentaram até 200%. Embora os números ainda sejam baixos, oncologistas destacam a necessidade de compreender os fatores ambientais e metabólicos envolvidos.
Fatores de risco mais comuns
De acordo com a instituição Cancer Research UK, cerca de 22% dos casos de câncer de pâncreas estão ligados ao tabagismo, enquanto a obesidade responde por aproximadamente 12%. A associação entre fumo, dieta inadequada e envelhecimento contribui para a elevação das estatísticas.
O diagnóstico precoce faz toda a diferença: quando o câncer é identificado antes de se espalhar, até metade dos pacientes pode sobreviver por pelo menos um ano. Por isso, médicos recomendam que fumantes fiquem atentos a sinais como:
- icterícia (pele e olhos amarelados)
- coceira persistente
- urina escura
- perda de apetite
- dor abdominal ou inchaço.
Mesmo que os sintomas não sejam necessariamente câncer, o acompanhamento médico rápido é essencial.