Médicos encontram verme vivo de 8 cm em cérebro humano

O parasita foi descoberto em exames após a paciente apresentar episódios de esquecimento e depressão

30/08/2023 06:40

Em um caso surpreendente e único, médicos na Austrália trataram uma paciente de 64 anos que alojava um verme vivo de oito cm em seu cérebro. Este é o primeiro caso documentado de Ophidascaris robertsi, um parasita tipicamente encontrado em cobras píton, no cérebro humano.

A descoberta, que levantou muitas questões para a comunidade médica, foi publicada na revista especializada Emerging Infectious Diseases.

Os médicos ficaram chocados ao retirar um verme vivo do cérebro da mulher de 64 anos
Os médicos ficaram chocados ao retirar um verme vivo do cérebro da mulher de 64 anos - divulgação/cdc.gov

A mulher em questão residia em uma região de lagos, onde cobras são comuns. Ela mantinha uma dieta baseada em vegetais que cultivava em uma pequena horta em sua propriedade. Estima-se que foi por meio deste contato direto com a natureza que ela acabou sendo exposta aos ovos do parasita.

Como tudo aconteceu?

A história começa em janeiro de 2021, quando a paciente deu entrada no hospital com sintomas de diarreia intensa e dor abdominal. Inicialmente, o tratamento se concentrou em restaurar a flora intestinal. A paciente apresentou melhoras e recebeu alta, mas algumas semanas depois retornou à unidade de saúde com sintomas piores, incluindo tosse e febre.

Durante a investigação dos novos sintomas, médicos verificaram larvas do parasita que se alojaram no pulmão da mulher.

A paciente então passou por um tratamento extenso com fortes doses de remédios antiparasitários. Após um ano, não mostrava mais sinais da infecção. Porém, no mês de março de 2022, começou a desenvolver um quadro depressivo e a apresentar problemas de memória.

Foi necessária uma nova bateria de exames para identificar o que estava acontecendo. Imagens do cérebro da paciente revelaram uma estrutura filiforme, um verme, alojado em seu cérebro.

Tratamento

O tratamento seguiu com mais uma rodada de medicamentos antiparasitários. A mulher repetiu diversos exames, mas não foram encontrados mais parasitas. Mesmo assim, ela continua a ser monitorada de perto pela equipe médica, pois larvas do parasita podem sobreviver no corpo humano por até quatro anos.

A paciente também continua com os sintomas neuropsiquiátricos, principalmente esquecimentos, mas sua condição geral vem melhorando ao longo do tempo.