Médicos usam mais de 500 bolsas de sangue para salvar mãe e bebê

"Não sou uma gata de sete vidas. Sou uma onça. Lutei pela minha vida e meu filho", disse a mãe

A chegada de Saulo Gabriel ao mundo foi marcada pela importância da doação de sangue. A mãe dele, a auxiliar administrativa Thaís Cristina Costa, de 35 anos, precisou receber mais de 500 bolsas de sangue antes e depois do parto de emergência.

Ao todo, 531 doadores anônimos foram responsáveis por salvar vida da mulher que estava no sétimo mês de gestação.

Thaís sofre de uma doença hematológica rara e potencialmente fatal chamada Síndrome Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT).

 Gestante precisou de mais de 500 bolsas de sangue antes e após o parto de emergência
Créditos: divulgação/Hélder Ribeiro/Santa Casa do Pará
 Gestante precisou de mais de 500 bolsas de sangue antes e após o parto de emergência

Por conta da condição, ela precisou ficar internada por 43 dias, sendo 30 deles na UTI da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), em estado gravíssimo.

Segundo a Santa Casa, como o procedimento de transfusão exigiu um volume relevante de sangue, foi preciso fazer um acionamento extraordinário de estoque, além de envolver uma equipe multiprofissional superespecializada e maquinário específico.

“Quando a gente precisa fazer a reposição com plasma humano, geralmente, é uma quantidade muito grande de plasma exigida. Se não houver voluntários disponíveis e sensibilizados para a doação no Hemopa, não teríamos como proceder esse tipo de tratamento, por isso a doação de sangue é muito importante. Salva vidas”, explicou a médica do Trabalho, Patrícia Arruda, integrante da equipe de plasmaférese terapêutica do Hemopa.

Síndrome Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT)

A síndrome púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma doença rara do sangue, em que coágulos sanguíneos se formam em pequenos vasos por todo o corpo.

Os coágulos podem limitar ou bloquear o fluxo de sangue rico em oxigênio para os órgãos do corpo, como cérebro, rins e coração. Como resultado, podem ocorrer sérios problemas de saúde, como danos cerebrais ou um acidente vascular cerebral.

O aumento da coagulação que ocorre na PTT também consome plaquetas. Com menos plaquetas disponíveis, podem ocorrer problemas de sangramento dentro do corpo, sob a pele ou na superfície da pele.

De acordo com o Manual MSD, o diagnóstico é feito com base nos exames laboratoriais característicos. O tratamento é com plasmaférese, considerada a terapia de primeira linha para a PTT.

Nesse tratamento, o mesmo que foi usado na auxiliar administrativa, é retirado o plasma da paciente, onde estão os anticorpos que estão causando a doença, e devolvido um plasma humano saudável do doador.