Médicos usam vírus para tratar câncer e resultados são surpreendentes

O câncer de um paciente e estado terminal desapareceu, enquanto outros viram seus tumores encolherem

27/09/2022 09:09

Uma técnica inovadora e experimental de tratamento contra o câncer tem surpreendido cientistas. Consiste em injetar no paciente um vírus da herpes modificado geneticamente em laboratório para atacar tumores.

Ao participarem dos primeiros testes, realizados no Reino Unido, um terço dos voluntários com a doença viu seus tumores encolherem, enquanto um paciente com  câncer de glândula salivar viu o tumor desaparecer completamente.

câncer

O tratamento experimental tem sido aplicado pelo Instituto de Pesquisa do Câncer do Royal Marsden NHS Foundation Trust.

A ideia da injeção com o vírus herpes simplex é fazê-lo se multiplicar dentro das células cancerosas e as destruir, ao mesmo tempo em que ativa o sistema imunológico.

Cerca de 40 pessoas com diferentes tipos de câncer participaram do estudo. Algumas receberam apenas a injeção de vírus, chamada RP2, e outras tiveram o tratamento combinado ao medicamento nivolumab.

A injeção RP2 consiste em uma forma enfraquecida do vírus da herpes para atacar tumores
A injeção RP2 consiste em uma forma enfraquecida do vírus da herpes para atacar tumores - Kuzmik_A/istock

Três em cada nove pacientes tratados com a injeção de vírus tiveram redução de seus tumores. Sete dos 30 pacientes que receberam a injeção junto ao medicamento nivolumab também se beneficiaram do tratamento, sendo que seis desses permaneceram livres da progressão da doença durante 14 meses.

O caso que mais chamou atenção foi de um britânico chamado Krzysztof Wojkowski, de 39 anos. Ele havia sido diagnosticado com carcinoma mucoepidermoide, tipo de câncer na glândula salivar, em 2017.

Apesar da cirurgia e de outros tratamentos na época, seu câncer continuou a crescer e os médicos tinham lhe dito que seu câncer estava em estado terminal.

No tratamento experimental, ele tomou injeções a cada duas semanas durante cinco semanas e ficou completamente livre do câncer. Isso já faz dois anos.

Embora os resultados tenham empolgados os pesquisadores, eles destacam que são necessários estudos maiores para comprovar a eficácia da injeção RP2.