Medo de perder algo importante? Entenda o FOMO e aprenda a controlar

Embora seja comum entre quem passa muito tempo nas redes sociais, o FOMO também pode afetar quem está desconectado

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
21/05/2025 15:02

O avanço das redes sociais transformou a forma como as pessoas se conectam e consomem informações. Mas esse excesso de conteúdos pode levar ao FoMO (Fear of Missing Out, traduzido como medo de perder algo).

O Fear of Missing Out (FoMO) é um fenômeno psicológico amplamente associado ao uso de redes sociais. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada por profissional.)
O Fear of Missing Out (FoMO) é um fenômeno psicológico amplamente associado ao uso de redes sociais. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada por profissional.) - D-Keine/istock

Esse fenômeno afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, especialmente jovens. Vamos entender mais sobre ele e aprender a identificar seus sinais.

O que é o FOMO?

O FOMO, que começou a ser discutido em 2004 e ficou popular em 2010, é um fenômeno psicológico que se caracteriza pela sensação de estar perdendo experiências importantes que outras pessoas estão vivendo. Ele nasce da necessidade de pertencimento e da busca incessante por estar conectado e atualizado.

Muita gente sente ansiedade ao pensar que pode deixar de saber algo interessante, perder a chance de participar de algo divertido ou ficar excluída de um evento importante.

A superexposição nas redes sociais amplifica essa sensação ao exibir, frequentemente, vidas que parecem perfeitas e repletas de momentos extraordinários.

Segundo especialistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, o FOMO não é apenas um sentimento passageiro, mas pode se manifestar como um estado mental de longo prazo, gerando ansiedade, insatisfação e até mesmo problemas mais graves, como isolamento social e dificuldade de controlar emoções.

Como as redes sociais agravam esse problema?

As plataformas digitais facilitam a conexão, mas também potencializam a comparação social. Ao navegar por um feed, é comum ver viagens incríveis, eventos animados ou conquistas alheias. Esse fluxo constante de informações ativa o sistema de recompensa do cérebro, gerando prazer momentâneo.

Porém, ao perceber que outros estão “aproveitando mais”, o resultado pode ser uma mistura de angústia e necessidade de validação.

Estudos revelam que a exposição prolongada às redes sociais está associada à insônia, ansiedade e até comportamentos de risco.

Além disso, adolescentes são especialmente vulneráveis, já que estão em uma fase de formação de identidade e pertencimento social.

Quais são os sinais do FOMO?

Alguns comportamentos podem indicar que você ou alguém próximo está sofrendo com o FOMO:

  • Necessidade de estar sempre online: verificar constantemente as redes sociais para não “perder” atualizações.
  • Ansiedade ao ficar desconectado: preocupação excessiva quando não é possível acessar a internet.
  • Insatisfação pessoal: sentimento de que sua vida é menos interessante ao compará-la com a dos outros.
  • Compulsão por postar: necessidade de compartilhar tudo o que faz, focando apenas nos momentos positivos e omitindo dificuldades.
  • Dificuldade em relaxar: incapacidade de aproveitar o presente sem se preocupar com o que está “perdendo”.

Como lidar com o FOMO?

A boa notícia é que existem formas de minimizar os efeitos do FOMO:

  • Reduza o tempo de uso das redes sociais: estabelecer limites diários pode ser um bom começo.
  • Reavalie suas conexões: deixe de seguir perfis que causam ansiedade ou insatisfação.
  • Pratique o mindfulness: concentre-se no presente e nas atividades que realmente trazem prazer.
  • Desconecte-se regularmente: adote períodos sem internet para reconectar-se consigo mesmo e com o mundo ao seu redor.
  • Busque ajuda profissional: em casos mais graves, o acompanhamento psicológico pode ser essencial.

Especialistas destacam que o FOMO não é apenas um problema de ansiedade. Ele pode prejudicar o sono, comprometer relacionamentos e até interferir no desempenho acadêmico ou profissional.

Identificar os sinais precocemente e adotar medidas para lidar com o problema é crucial para evitar consequências mais graves.