Menina organiza seu funeral antes de ser salva por doação de órgãos

Lilly Kendall aguardou anos na fila de transplante por um coração e um pulmão

02/10/2019 17:02

Aos 11 anos de idade, Lilly Kendall chegou a planejar seu próprio funeral antes de encontrar uma doação de órgãos que salvaria sua vida. A menina tinha problemas cardíacos e chegou a ser desenganada pelos médicos, que aconselharam a família a desligar os aparelhos que a mantinham viva.

Os pais, porém, se negaram, e a condição da garota piorou, levando à necessidade de um transplante de coração e pulmão.

Lilly recebeu transplante após organizar o próprio funeral
Lilly recebeu transplante após organizar o próprio funeral - reprodução/BBC

Na fila de espera por doação, ela aguardava por um doador infantil, já quem em casos de transplantes de coração e pulmão, em particular, o tamanho do órgão precisa ser compatível.

Já sem esperanças de sobreviver por muito tempo, Lilly chegou a conversar com a mãe sobre o que queria em seu funeral. “Tivemos muitas conversas difíceis. Falando sobre o funeral dela, do que ela gostaria. Para ser honesta, Lilly é bastante aberta em relação a tudo isso. Foi ela quem pediu para seguir em frente com as conversas”, contou a mãe, Catherine, em entrevista à BBC.

A notícia mais aguardada por Lilly e sua família chegou via telefone. Havia aparecido um doador compatível. O transplante levou mais de sete horas para ser concluído e foi um sucesso.

Hoje, com 12 anos, a menina, que quer ser cardiologista, conta que teve muita sorte .”Ter conseguido esses órgãos é especial demais, não apenas para mim, mas para minha família, porque todo mundo pensava que eu não viveria.”

Doação de órgãos

No Brasil, há cerca de 40 mil pessoas na fila de espera por um transplante de órgão. Em muitos casos, os pacientes morrem a espera de um doador.

40 mil pessoas aguardam por doação de órgãos no Brasil
40 mil pessoas aguardam por doação de órgãos no Brasil - sturti/istock

Para a mudar este cenário, informação é essencial. Para se tornar um doador de órgãos ou tecidos no Brasil, não é necessário deixar nenhum documento ou declaração por escrito, basta conversar com a família e deixar claro esse desejo.

Ainda é possível ser doador em vida de rim ou medula óssea e, ocasionalmente, de parte do fígado ou do pulmão, para um dos familiares. Quem quiser doar para uma pessoa que não é da família deve pedir autorização judicial, exceto quando trata-se de doação de medula óssea.