Menopausa precoce aumenta o risco de demência, diz estudo canadense

Ciência responde sobre possível relação entre menopausa e demência

Para entender a possível relação entre a menopausa e a demência, a pesquisa observou 9.163 mulheres – iStock/Getty Images
Créditos: tommaso79/istock
Para entender a possível relação entre a menopausa e a demência, a pesquisa observou 9.163 mulheres – iStock/Getty Images

Uma forte relação entre o início precoce da menopausa e o risco elevado de desenvolvimento de comorbidades como o comprometimento cognitivo, e demência, foi observado em uma pesquisa realizada pela Universidade de Sherbrooke, no Canadá.

O estudo, publicado pela revista Neurology, aprofundou-se na relação entre a duração da fase reprodutiva das mulheres e a saúde vascular cerebral. Os resultados mostraram que, aquelas que iniciaram a menopausa mais cedo – e dessa forma, tiveram uma menor exposição acumulativa ao hormônio estrogênio – apresentando maior suscetibilidade a complicações cerebrovasculares.

Como foi feito o estudo?

Para entender a possível relação entre a menopausa e a demência, a pesquisa observou 9.163 mulheres que já haviam passado pelo período de menopausa, com idade média de 64 anos. Nenhuma das participantes possuía inicialmente qualquer doença identificada em pequenos vasos cerebrais.

Por meio de exames cerebrais, os pesquisadores avaliaram a quantidade de hiperintensidades na substância branca do cérebro – uma condição comum indicativa de doença de pequenos vasos e problemas vasculares cerebrais.

Qual a relação da demência com a menopausa?

As mulheres que apresentaram um maior período de exposição ao estrogênio tiveram menos hiperintensidades na substância branca do seu cérebro, apontam os resultados obtidos pelo estudo.

Isso significa que os hormônios reprodutivos femininos, especialmente o estrogênio, podem habitar um importante papel na proteção da saúde vascular cerebral.

Reposição hormonal

Ao analisar o uso de terapia de reposição hormonal, os pesquisadores concluíram que estes não parecem influenciar nas hiperintensidades na substância branca do cérebro da mulher. Contudo, eles reconhecem a necessidade de mais estudos relacionados com a saúde do cérebro feminino na fase pós-menopausa e as possíveis maneiras de aperfeiçoar as terapias hormonais.