Miastenia gravis: conheça a doença rara e incurável da bailarina Carla Prata

Carla Prata fala sobre o diagnóstico de miastenia gravis e compartilha sua experiência com a doença autoimune

09/04/2025 17:21

A apresentadora e ex-bailarina do Faustão, Carla Prata, de 43 anos, usou as redes sociais nesta terça-feira, 8, para falar sobre a miastenia gravis (MG), uma doença autoimune que tem impactado sua saúde.

Em um vídeo publicado no Instagram, ela compartilhou detalhes sobre o diagnóstico e os impactos da condição, que é rara, crônica e sem cura. 

Falar sobre isso não é fácil, mas sinto que é necessário. Porque sei que tem muita gente por aí passando por isso em silêncio, se sentindo sozinha, sem respostas. E se eu puder ser um ponto de apoio, de informação e de acolhimento… já vai ter valido a pena“, escreveu na legenda.

Carla Prata fala sobre doença autoimune rara
Carla Prata fala sobre doença autoimune rara - reprodução/Instagram/@carlaprata

O que é a miastenia gravis?

A miastenia gravis é uma doença neuromuscular autoimune que interfere na comunicação entre os nervos e os músculos. O resultado é a fraqueza muscular, que pode se manifestar de forma variável ao longo do dia, piorando com o esforço físico e melhorando com o repouso.

A condição atinge principalmente os músculos dos olhos, do rosto, da boca, da deglutição e da respiração, mas também pode afetar braços e pernas. As pálpebras caídas e a visão dupla costumam ser os primeiros sinais.

Segundo o Ministério da Saúde, sua incidência varia entre 5 e 30 casos por milhão de habitantes por ano. A prevalência fica entre 100 e 200 casos por milhão, sendo mais comum em mulheres.

Como ocorre a doença?

A miastenia gravis acontece quando o sistema imunológico ataca, por engano, os receptores de acetilcolina — fundamentais para a contração muscular.

Embora a causa exata seja desconhecida, acredita-se que o timo, uma glândula do sistema imunológico, esteja envolvido. Em muitos casos, ele está aumentado ou apresenta tumores (timomas), que podem ser até malignos.

A genética também pode influenciar, assim como outras doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide. Além disso, infecções, cirurgias e certos medicamentos podem desencadear os sintomas.

Quais são os tipos da doença?

No vídeo, Carla comentou que a miastenia gravis pode se manifestar de três formas principais:

  • Forma ocular: compromete especialmente os músculos dos olhos, podendo causar visão dupla e pálpebras caídas. 
  • Forma generalizada: provoca cansaço acentuado em braços e pernas, além de dificuldade para falar, mastigar ou caminhar.
  • Crise miastênica: a mais grave, essa manifestação deixa os músculos respiratórios tão fracos que a pessoa pode precisar de ventilação mecânica.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da miastenia gravis é baseado na combinação de sintomas clínicos e testes específicos que avaliam a resposta muscular ao esforço e ao repouso.

Os médicos costumam iniciar com testes simples, como o uso de uma bolsa de gelo sobre as pálpebras ou a observação da melhora após descanso, especialmente quando há queda palpebral ou visão dupla.

Para confirmação, são realizados exames de eletromiografia, que medem a atividade elétrica dos músculos, além de exames de sangue para detectar anticorpos relacionados à doença. Também são feitas avaliações do timo por tomografia ou ressonância magnética e exames adicionais para investigar possíveis doenças autoimunes associadas. 

A miastenia gravis não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos que aumentam a força muscular, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas. O tratamento é individualizado e focado em aliviar os sintomas e evitar crises.

Como Carla Prata tem lidado com a doença?

Desde o diagnóstico, a também rainha de bateria afirma que passou a entender melhor os sinais do corpo e a importância do autocuidado.

A miastenia tem me ensinado sobre autocuidado, sobre respeitar o tempo do meu corpo e sobre o poder da nutrição e da escuta interna”, contou.

Ela também pretende usar suas redes para compartilhar informações, relatos pessoais e oferecer acolhimento a outras pessoas que enfrentam a mesma condição.