Moderna começa a testar nova vacina contra HIV em humanos

Primeira fase dos testes envolve 56 voluntários nos EUA

A Moderna anunciou na quinta-feira, 27, que lançou ensaios clínicos em estágio inicial de uma vacina contra o HIV. A empresa de biotecnologia se uniu à Iniciativa Internacional de Vacinas contra a AIDS (IAVI, na sigla em inglês), para desenvolver a vacina, que usa a mesma tecnologia de RNA mensageiro de sua bem-sucedida vacina covid-19.

Nesta primeira fase de testes em humanos, a vacina será testada em 56 pessoas saudáveis, sem HIV. Os testes acontecem em Washington, nos Estados Unidos.

Moderna começa a testar sua vacina contra HIV em humanos
Créditos: Hailshadow/istock
Moderna começa a testar sua vacina contra HIV em humanos

“Estamos tremendamente entusiasmados por avançar nesta nova direção no projeto de vacinas contra o HIV com a plataforma de mRNA da Moderna”, disse o Dr. Mark Feinberg, presidente e CEO da IAVI, em comunicado.

“A busca por uma vacina contra o HIV tem sido longa e desafiadora, e ter novas ferramentas em termos de imunógenos e plataformas pode ser a chave para fazer progressos rápidos em direção a uma vacina eficaz e urgentemente necessária”.

HIV no mundo

Quase 38 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com HIV, ou vírus da imunodeficiência humana, que pode levar à AIDS.

Ser diagnosticado com HIV já foi considerado uma sentença de morte. Hoje, o HIV é muito mais manejável com medicamentos que podem reduzir a carga viral a indetectável para que o vírus não possa ser transmitido.

Vacina ensina as células do corpo a produzir proteínas de respostas imunes
Créditos: jarun011/istock
Vacina ensina as células do corpo a produzir proteínas de respostas imunes

Mas, apesar de décadas de pesquisa, nenhuma vacina foi desenvolvida. Vários candidatos entraram em ensaios clínicos, mas falharam em fases posteriores.

A nova vacina da Moderna usa mRNA, ou RNA mensageiro, que ensina as células do corpo a produzir proteínas que desencadeiam respostas imunes.

Os pesquisadores desenvolveram não apenas uma vacina primária, mas também um reforço para fornecer imunógenos do HIV – moléculas que provocam uma resposta imune – via mRNA.

A esperança é que esse processo possa induzir glóbulos brancos específicos, chamados células B, que podem se transformar no que é conhecido como anticorpos amplamente neutralizantes que podem neutralizar o vírus.