Nova pesquisa aponta para bebida que pode acelerar a progressão do Alzheimer
Estudo serve como um alerta sobre os perigos potenciais do consumo excessivo da bebida
A doença de Alzheimer, uma das principais causas de demência no mundo todo, continua a desafiar cientistas que buscam maneiras de entender e mitigar seu impacto. Um estudo inovador feito por pesquisadores da Scripps Research agora destacou uma ligação potencial entre o transtorno do uso de álcool e a progressão da doença de Alzheimer.
As descobertas, publicadas na eNeuro, em 19 de setembro de 2024, sugerem que o consumo excessivo de bebida alcoólica pode exacerbar a progressão da doença por meio de interrupções compartilhadas nas vias cerebrais, incluindo inflamação e morte celular.
A influência do estilo de vida no Alzheimer
Embora o envelhecimento e a genética sejam os principais contribuintes, fatores de estilo de vida, como dieta, exercícios e, agora, consumo de álcool, estão ganhando atenção por seu papel potencial no início e na progressão da doença.
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O uso excessivo de álcool tem sido associado ao declínio cognitivo há muito tempo, mas o novo estudo leva esse entendimento um passo adiante ao revelar os mecanismos biológicos que ligam o transtorno do uso de álcool à doença de Alzheimer.
![Pesquisa sugere que o consumo excessivo de bebida alcoólica pode exacerbar a progressão da doença de Alzheimer](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2025/01/bebida-alzheimer-910x607.jpg)
Detalhes do estudo
A equipe de pesquisa analisou padrões de expressão genética em amostras de cérebro de indivíduos em estágios variados da doença de Alzheimer e aqueles com transtorno de uso de álcool. Usando ferramentas avançadas, os pesquisadores se concentraram no neocórtex, uma região crítica para a memória e tomada de decisão.
O estudo encontrou atividade aumentada em genes inflamatórios em ambas as condições. Microglia, as células imunológicas do cérebro, mostraram respostas elevadas, o que poderia romper a barreira hematoencefálica. Essa interrupção permite que substâncias nocivas penetrem no cérebro, prejudicando ainda mais a função cognitiva.
Tanto o Alzheimer quanto o transtorno por uso de álcool apresentaram atividade reduzida em genes essenciais para a sinalização sináptica, o processo que permite a comunicação entre neurônios. Essa perda foi especialmente evidente em casos avançados de Alzheimer e indivíduos com dependência prolongada de álcool.
Também foram observadas interrupções compartilhadas no crescimento e manutenção dos vasos sanguíneos. Danos ao sistema vascular do cérebro podem prejudicar o fornecimento de oxigênio e nutrientes, agravando o declínio cognitivo.
Nos estágios iniciais do Alzheimer, o cérebro apresentou problemas com autofagia, o processo pelo qual as células limpam componentes danificados. Com o tempo, a inflamação e a morte celular se tornaram mais proeminentes, espelhando padrões vistos no transtorno do uso de álcool.
O papel do álcool na aceleração da progressão do Alzheimer
As descobertas do estudo apontam para o transtorno do uso de álcool como um fator de risco potencial para acelerar o desenvolvimento do Alzheimer. O álcool parece amplificar as interrupções moleculares relacionadas à inflamação e à função neuronal, sugerindo que beber muito pode piorar os danos cerebrais existentes associados ao Alzheimer.
A pesquisa oferece insights críticos sobre como as escolhas de estilo de vida impactam a saúde do cérebro. Embora o consumo moderado de álcool possa não representar riscos significativos, o consumo crônico ou excessivo de álcool pode aumentar a suscetibilidade ao Alzheimer ou piorar sua progressão.
Os pesquisadores destacam, no entanto, que o conjunto de dados para transtorno de uso de álcool foi relativamente pequeno, e estudos maiores são necessários para confirmar as descobertas em populações diversas.