Novo exame pode detectar Alzheimer anos antes dos sintomas

A nova ferramenta de diagnóstico é mais simples e menos invasiva

16/05/2024 16:33

Quem sofre de Alzheimer poderá em breve receber um diagnóstico da doença anos antes do aparecimento dos sintomas, graças a um novo exame de sangue inovador.

Os cientistas acreditam que o novo teste será capaz de medir os níveis de uma proteína marcadora conhecida que precede o desenvolvimento da doença neurodegenerativa.

Novo exame pode detectar Alzheimer anos antes dos sintomas
Novo exame pode detectar Alzheimer anos antes dos sintomas - Cecilie_Arcurs/istock

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, descobriu que, em vez de usar um procedimento invasivo para testar o líquido cefalorraquidiano, os médicos podem apenas medir os níveis de uma proteína chamada p-tau217.

A proteína está presente no sangue e medi-la pode fornecer uma ferramenta de diagnóstico mais precisa do que os testes atuais e outros em desenvolvimento.

Rastreamento da doença

Pesquisadores que estudaram 786 participantes descobriram que poderiam usar o novo teste – conhecido como teste ALZpath p-tau217 – para identificar pessoas com chances variadas de desenvolver Alzheimer.

O estudo descobriu que o novo teste poderia identificar pessoas com probabilidade intermediária e improvável de ter a doença no futuro.

A pesquisa provou que o teste ALZpath p-tau217 é tão preciso quanto testes mais invasivos e caros para prever se alguém tem características da doença de Alzheimer no cérebro.

Os autores do estudo dizem que os resultados destes testes podem ser suficientemente claros para não exigirem mais investigações de acompanhamento para algumas pessoas que vivem com a doença de Alzheimer. Isso poderia acelerar significativamente o caminho do diagnóstico no futuro.

Os médicos utilizam atualmente técnicas muito mais caras e invasivas, como a punção lombar, para identificar os aglomerados de proteínas que precedem a doença de Alzheimer.

Embora o novo teste seja um avanço, está longe de ser um sucesso infalível. Os pesquisadores defendem uma investigação adicional para determinar verdadeiramente a sua eficácia.

Quais os sintomas de Alzheimer?

  • Perda de memória
  • Desafios no planejamento ou solução de problemas 
  • Dificuldade em completar tarefas familiares 
  • Confusão com tempo ou lugar
  • Dificuldade em compreender imagens visuais e relações espaciais
  • Novos problemas com palavras ao falar ou escrever
  • Colocar coisas no lugar errado e perder a capacidade de encontrá-las
  • Julgamento diminuído
  • Afastamento do trabalho ou atividades sociais
  • Mudanças de humor e personalidade

Quais os estágios do Alzheimer?

A progressão do Alzheimer apresenta quatro estágios: leve, moderado, grave e terminal mas cada pessoa tem uma experiência diferente com a doença.

O estágio leve é a fase inicial da doença, quando a pessoa pode funcionar de forma independente, podendo dirigir, trabalhar e fazer parte de atividades sociais.

Apesar disso, a pessoa pode sentir como se estivesse tendo lapsos de memória, como esquecer palavras familiares ou a localização de objetos do cotidiano.

Já o estágio moderado é tipicamente o estágio mais longo e pode durar muitos anos. Dessa forma, à medida que a doença progride, a pessoa com Alzheimer exigirá um maior nível de cuidado.

Nessa fase, os sintomas ficam mais perceptíveis, podendo dificultar a expressão de pensamentos e a realização de tarefas rotineiras sem assistência.

Diferentemente dos estágios anteriores, no estágio grave, os sintomas de demência são graves.

Os indivíduos, então, perdem a capacidade de responder ao seu ambiente, de manter uma conversa e, eventualmente, de controlar o movimento, sendo necessário cuidados extensivos.

Finalmente, no estágio terminal, o paciente fica restrito ao leito e pode apresentar incontinência fecal e urinária; pouca expressividade através da fala e dependência total de um acompanhante.

Como reduzir o risco de Alzheimer?

Para reduzir o risco de Alzheimer, é fundamental manter um estilo de vida saudável e ativo.

Isso inclui a prática regular de exercícios físicos, que não apenas promovem a saúde cardiovascular, mas também estimulam a circulação sanguínea para o cérebro.

Além disso, uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, peixes ricos em ômega-3, nozes e grãos integrais, e pobre em gorduras saturadas e açúcares refinados, é associada a um menor risco de Alzheimer.

Ademais, é essencial estimular a saúde mental com atividades, como leitura, aprendizado de novas habilidades e jogos mentais. A

Não obstante, a qualidade do sono desempenha um papel fundamental na saúde cognitiva. Portanto, é importante garantir uma boa higiene do sono, estabelecendo uma rotina regular de sono, evitando estimulantes à noite e criando um ambiente propício para dormir

Além disso, a gestão de condições médicas subjacentes, como diabetes, hipertensão arterial e obesidade, também é importante.

Estas condições estão associadas a um maior risco de desenvolver Alzheimer, e controlá-las adequadamente pode ajudar a reduzir esse risco.

Da mesma forma, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar são medidas importantes para manter a saúde cerebral a longo prazo.