Novo medicamento cura câncer de 18 pessoas terminais

Resultados preliminares do medicamento revumenibe sugerem que ele pode ter salvado vidas de pacientes terminais

28/10/2023 14:00

Um novo medicamento experimental alcançou a remissão completa do câncer em 18 pacientes quase terminais com tumores agressivos que não responderam aos tratamentos. Eles sofriam de leucemia mieloide aguda.

A doença é o câncer do sangue mais comum em adultos, sendo responsável por 120 mil casos por ano.

Novo medicamento serve para alguns tipos específicos de leucemia (câncer no sangue)
Novo medicamento serve para alguns tipos específicos de leucemia (câncer no sangue) - Artur Plawgo/istock

A taxa de sobrevivência de três anos é de apenas 25%.

O novo medicamento, chamado revumenibe, eliminou completamente o câncer em um terço dos participantes de um estudo clínico nos Estados Unidos.

Embora os resultados sejam preliminares e não asseguram uma cura definitiva, os autores do estudo estão otimistas.

Como funciona esta pílula?

A leucemia mieloide aguda é um tipo de câncer que ataca a medula óssea e causa a produção descontrolada de células defeituosas.

Revumenibe é uma nova classe de terapia direcionada para leucemia aguda que inibe uma proteína específica chamada menin.

A droga funciona reprogramando as células leucêmicas de volta às células normais.

Menin está envolvido no complexo mecanismo que é sequestrado pelas células leucêmicas e faz com que as células sanguíneas normais se transformem em cancerosas.

Ao usar o revumenibe, o motor é desligado e as células leucêmicas voltam a ser células normais, resultando em remissão.

Detalhes do estudo

A pesquisa contou com 68 pacientes diagnosticados com diferentes tipos de leucemia, incluindo a mieloide aguda (82%), a linfocítica aguda (16%) e a aguda de fenótipo misto (2%).

O medicamento eliminou completamente o câncer de 18 pessoas envolvidas no estudo (30%)
O medicamento eliminou completamente o câncer de 18 pessoas envolvidas no estudo (30%) - Plyushkin/istock

Do total, 60 pacientes eram adultos (pelo menos 18 anos) e oito eram crianças ou adolescentes (menores de 18 anos).

De acordo com os pesquisadores, 32 de 60 participantes (53%) apresentaram uma resposta geral ao tratamento.

O revumenib eliminou completamente o câncer de 18 pessoas envolvidas no estudo (30%).

A cura não é para todos

Este é definitivamente um avanço e é o resultado de anos de ciência. Muitos grupos trabalharam arduamente no laboratório para compreender o que causar as leucemias.

Porém, o medicamento não funciona para todos os pacientes.

É para um subconjunto específico de leucemias que geralmente apresentam genes ausentes ou mal rotulados ou uma fusão cromossômica.

A pílula experimental tem como alvo a mutação mais comum na leucemia mieloide aguda, um gene chamado NPM1, e uma fusão menos comum chamada KMT2A.

Combinadas, estima-se que essas mutações ocorram em cerca de 30 a 40 % das pessoas com leucemia mieloide aguda.