Novo medicamento reduz colesterol ruim em até 30% e pode revolucionar tratamento cardiovascular
Tratamento foi capaz de reduzir em até 30% nos níveis de LDL, mesmo em pacientes que já fazem uso de estatinas em doses máximas
Imagine um remédio que, com apenas um comprimido por dia, consiga reduzir drasticamente o colesterol ruim (LDL) — aquele que entope as artérias e aumenta o risco de infarto e AVC. Um novo estudo científico publicado no New England Journal of Medicine revela resultados promissores com o obicetrapibe, um medicamento inovador que pode transformar o tratamento da dislipidemia e da prevenção cardiovascular.
Ainda pouco conhecido, o obicetrapibe é um inibidor da proteína de transferência de éster de colesterol (CETP) que mostrou redução de até 30% nos níveis de LDL, mesmo em pacientes que já fazem uso de estatinas em doses máximas.
Além disso, o medicamento também promove melhora significativa no colesterol HDL, o chamado “colesterol bom”, ampliando os benefícios para a saúde cardiovascular.
O que é o obicetrapibe?
O obicetrapibe pertence a uma classe de medicamentos conhecida como inibidores da CETP, cujo objetivo é modular o perfil lipídico no sangue, ou seja, equilibrar os níveis de gorduras circulantes. Tentativas anteriores com outros fármacos dessa classe, como torcetrapibe e dalcetrapibe, fracassaram por falta de eficácia ou efeitos colaterais graves.

O obicetrapibe, porém, foi desenvolvido com um design mais seguro e tem apresentado bons resultados tanto na eficácia quanto na segurança.
Detalhes sobre o estudo
O estudo envolveu 2.530 pacientes de alto risco cardiovascular na China, Europa, Japão e Estados Unidos, todos com doença aterosclerótica ou hipercolesterolemia familiar. Eles foram tratados com 10 mg diários de obicetrapibe ou placebo durante 365 dias. O medicamento foi administrado junto às terapias convencionais, como estatinas e ezetimiba
Os resultados foram surpreendentes: em apenas 84 dias, o grupo tratado com obicetrapibe teve uma redução média de 29,9% no colesterol LDL, enquanto o grupo placebo apresentou um leve aumento de 2,7%.
Metade dos participantes atingiu níveis de LDL abaixo de 55 mg/dL, uma meta considerada ideal para quem tem alto risco de infarto ou AVC.

Perfil de segurança semelhante ao placebo
Eventos adversos foram semelhantes entre os grupos: 59,7% no grupo obicetrapib e 60,8% no placebo. Eventos graves foram raros e não houve diferença significativa em casos de alterações hepáticas, musculares, renais ou desenvolvimento de diabetes.
As taxas de eventos cardiovasculares, como infarto ou AVC, foram próximas (4,2% no grupo tratado e 5,2% no placebo), sugerindo bom perfil de segurança.
Obicetrapib pode ser uma nova esperança para milhões
O estudo reforça que o obicetrapib é uma promissora opção terapêutica para pacientes com alto risco cardiovascular, especialmente aqueles que não alcançam as metas de LDL apenas com estatinas. A combinação com terapias existentes pode otimizar o controle lipídico e reduzir o risco de eventos graves, com baixa incidência de efeitos colaterais.
Com base nos resultados, o obicetrapib se posiciona como um potencial marco no tratamento da dislipidemia, oferecendo uma nova estratégia segura e eficaz na luta contra doenças cardiovasculares — uma das principais causas de morte no mundo.