O que é dismorfia corporal e quais os sinais da condição

A condição pode afetar profundamente a vida das pessoas, levando a um ciclo de obsessão, isolamento e insatisfação crônica com a aparência

30/09/2024 05:15

Olhar-se no espelho e não se contentar com a aparência é normal, mas há casos em que essa insatisfação é patológica e pode gerar sofrimento. A dismorfia corporal, também conhecida como transtorno dismórfico corporal (TDC), é uma condição mental caracterizada por uma preocupação obsessiva com defeitos percebidos na aparência física, que muitas vezes são inexistentes ou mínimos aos olhos dos outros.

Quem sofre dessa condição tende a enxergar sua aparência de maneira distorcida, focando intensamente em imperfeições que não são notadas ou consideradas insignificantes por outras pessoas.

Esse transtorno pode afetar gravemente a qualidade de vida, levando a problemas emocionais, sociais e profissionais.

Pessoas com TDC podem passar horas se olhando no espelho, evitando situações sociais ou buscando constantemente procedimentos cosméticos para corrigir suas supostas falhas.

Algumas podem procurar por vários procedimentos estéticos para tentar “consertar” a falha percebida. 

O que é a dismorfia corporal?

O transtorno dismórfico corporal é um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), e as pessoas afetadas por ele experimentam pensamentos repetitivos sobre sua aparência.

Essa preocupação pode se manifestar de diversas maneiras, desde a fixação em uma única parte do corpo até preocupações generalizadas com o corpo como um todo.

Dismorfia corporal é uma condição de saúde mental que afeta a autoestima
Dismorfia corporal é uma condição de saúde mental que afeta a autoestima - microgen/istock

A obsessão é geralmente desproporcional ao que realmente existe e pode levar a comportamentos autodestrutivos.

Sinais de dismorfia corporal: como reconhecer?

  • Estar extremamente preocupado com uma falha percebida na aparência que para os outros não pode ser vista ou parece menor;
  • Forte crença de que você tem um defeito em sua aparência que o torna feio ou deformado;
  • Crença de que os outros prestam atenção especial à sua aparência de forma negativa ou zombam de você;
  • Envolver-se em comportamentos que visam corrigir ou esconder a falha percebida, que são difíceis de resistir ou controlar, como verificar frequentemente o espelho, arrumar-se ou cutucar a pele;
  • Tentar esconder falhas percebidas com estilo, maquiagem ou roupas;
  • Comparar constantemente sua aparência com a dos outros;
  • Busca frequente de garantias sobre sua aparência por meio de outras pessoas;
  • Ter tendências perfeccionistas;
  • Buscar procedimentos estéticos com pouca satisfação;
  • Evitar situações sociais.

De acordo com a Mayo Clinic, a preocupação excessiva pode ser com uma ou mais partes do corpo. A característica corporal na qual a pessoa foca pode mudar ao longo do tempo. As características mais comuns nas quais as pessoas tendem a se fixar incluem:

  • Rosto, como nariz, pele, rugas, acne e outras manchas
  • Cabelo, como aparência, afinamento e calvície
  • Aspecto da pele e das veias
  • Tamanho do peito
  • Tamanho e tônus ​​muscular
  • Genitália

Como tratar a dismorfia corporal?

O transtorno dismórfico corporal geralmente não melhora sozinho. Se não for tratado, pode piorar com o tempo, levando à ansiedade, contas médicas,  como depressão grave e até mesmo pensamentos e comportamento suicida.

O tratamento normalmente envolve uma combinação de terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, em alguns casos, medicação. A TCC é altamente eficaz em ajudar os indivíduos a modificar pensamentos distorcidos sobre sua aparência e a reduzir comportamentos compulsivos, como a verificação constante no espelho.

Em situações mais graves, antidepressivos ou ansiolíticos podem ser prescritos para ajudar a lidar com os sintomas de depressão e ansiedade que frequentemente acompanham o TDC.