O sinal psicológico importante que pode indicar deficiência de ômega 3

Se você está enfrentando sintomas que têm afetado sua saúde mental pode ser útil avaliar sua ingestão de ômega 3

18/09/2024 07:21

A deficiência de ômega 3 pode se manifestar de várias formas, mas um sinal psicológico importante que merece atenção é o aumento da ansiedade e depressão.

O que é o ômega 3?

O ômega-3 é um ácido graxo essencial para o bom funcionamento do corpo e do cérebro. Ele desempenha um papel vital na saúde mental, influenciando o humor, a memória e a capacidade de lidar com o estresse.

Com o estilo de vida moderno e a dieta ocidental rica em alimentos processados, muitas pessoas não estão recebendo quantidades adequadas de ômega 3, o que pode levar a sérios problemas de saúde mental.

O papel do ômega 3 na saúde do cérebro

Os ácidos graxos ômega-3, especialmente o EPA (ácido eicosapentaenoico) e o DHA (ácido docosahexaenoico), são fundamentais para o desenvolvimento e a função do cérebro.

Esses nutrientes são componentes estruturais das membranas celulares e influenciam diretamente a comunicação entre as células nervosas. Eles ajudam a regular neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, que desempenham papéis cruciais na regulação do humor.

O ômega 3 influencia diretamente a produção de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar
O ômega 3 influencia diretamente a produção de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar - solidcolours/istock

Estudos indicam que baixos níveis de ômega-3 podem levar a alterações na função cerebral, resultando em mudanças no comportamento emocional, como ansiedade, irritabilidade e depressão.

Isso ocorre porque a deficiência de ômega 3 prejudica a produção de substâncias químicas cerebrais associadas ao bem-estar e ao equilíbrio emocional.

As evidências científicas

Um estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry avaliou os efeitos do ômega 3 na depressão. Ele contou com 432 pessoas com a doença.

Metade dos participantes tomou 1.050 mg de ácido eicosapentaenóico (EPA) todos os dias durante oito semanas. O EPA é um dos três principais ácidos graxos de ômega 3. O outro grupo tomou um placebo aromatizado com óleo de peixe para que não percebessem a diferença.

Os resultados mostraram que para pessoas deprimidas, mas não ansiosas, o ômega 3 foi eficaz na redução dos sintomas.

A relação entre depressão e baixos níveis de ômega 3 já foi amplamente documentada em vários estudos. De fato, países onde o consumo de peixes ricos em ômega 3 é alto tendem a ter taxas mais baixas de depressão na população.

O ômega 3 influencia diretamente a produção de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar. A serotonina, conhecida como o “hormônio da felicidade”, é uma dessas substâncias.

Com baixos níveis de ômega 3, a produção e a função da serotonina podem ser prejudicadas, resultando em sentimentos de tristeza, falta de motivação e fadiga mental.

Além disso, o ômega-3 ajuda a reduzir a inflamação no corpo, incluindo no cérebro. A inflamação crônica está diretamente ligada ao desenvolvimento de depressão. Quando o corpo e o cérebro estão em um estado inflamatório, o risco de problemas de saúde mental aumenta consideravelmente.

Quais os alimentos ricos em ômega 3?

  • Salmão
  • Sardinha
  • Arenque
  • Atum
  • Cavala

Além dos peixes, outras fontes de ômega-3 incluem alimentos de origem vegetal, como:

  • Sementes de linhaça
  • Chia
  • Nozes
  • Óleo de linhaça

Para garantir uma ingestão adequada de ômega-3, é recomendado consumir pelo menos duas porções de peixe gorduroso por semana. Se isso não for possível, suplementos de ômega-3, especialmente os que contêm EPA e DHA, podem ser uma alternativa. É sempre importante suplementar com a orientação médica.